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Seguradoras apostam em setor de baixa renda
Empresas oferecem planos a partir de R$ 3,30
GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO
O crescimento da classe C
no Brasil fez as seguradoras
criarem produtos direcionados para essa faixa de renda.
Atualmente, é possível, por
exemplo, contratar um seguro de vida pagando R$ 3,50
mensais.
"As pessoas mudaram de
vida, e uma forma de preservar o que essa classe adquiriu é fazer um seguro de vida", afirma Cristina Vieira,
gerente de Vida e Previdência da Porto Seguro.
Em 2009, a classe C chegou a 49% da população brasileira, ou 92,85 milhões de
pessoas, de acordo com dados da Cetelem, financeira
do grupo francês BNP Paribas. A renda média da classe
ficou em R$ 1.276.
Com seguros de vida voltados para essa faixa, e também para as classes D e E, a
Bradesco Seguros já tem hoje
1,17 milhão de apólices adquiridas em três planos, segundo o diretor-executivo da
Bradesco Vida e Previdência,
Eugênio Velasques.
O mais barato deles, o Primeira Proteção, custa
R$ 3,50 mensais e começou a
ser vendido nas favelas de
Heliópolis, em São Paulo, e
da Rocinha, no Rio. Atualmente, está presente nas
principais periferias do país.
O valor segurado é de R$
20 mil e cobre apenas mortes
acidentais para pessoas entre 20 e 50 anos. "Com o aumento da expectativa de vida
no país, a maioria das pessoas nessa faixa de idade não
procura cobertura para morte natural", diz Velasques.
O plano tem quase 200 mil
apólices vendidas e média de
contratação diária de 40 unidades por agência do banco.
Na Porto Seguro, pessoas
de até 35 anos podem contratar por R$ 4 mensais o plano
Vida Mais Simples, que paga
um capital de R$ 10 mil em
caso de morte natural e o dobro disso em acidentes fatais.
O contrato prevê também cobertura por invalidez total ou
parcial por acidente.
O custo sobe conforme a
faixa etária do segurado e a
opção de capital, que pode
chegar a R$ 50 mil, mas não
passa dos R$ 10 por mês.
O plano ainda inclui assistência funeral individual,
com valor de até R$ 3.000,
que pode ser estendida para
toda a família com custo adicional de R$ 2,73.
De acordo com Vieira, há
uma preocupação grande entre as pessoas de baixa renda
com os gastos com serviços
funerários que a família pode
ter em caso de morte.
A SulAmérica, por sua vez,
oferece seguros residenciais
a partir de R$ 40 por ano, ou
R$ 3,30 ao mês.
Para atrair ainda mais os
clientes, a maioria desses
planos oferece também a
participação em sorteios
mensais de até R$ 20 mil.
MICROSSEGUROS
Um projeto de lei que está
aguardando votação no Congresso regulamenta a instituição do chamado microsseguro no país, voltado para as
classes mais baixas e com
custo de até R$ 10 mensais.
O texto prevê benefícios
fiscais para as empresas que
oferecerem os produtos, mas
foi travado porque seu relator, o deputado Hugo Leal
(PSC-RJ), concluiu que ele é
inconstitucional.
Agora, para que ele de fato
seja votado, é preciso que o
relator mude seu parecer ou
que este seja derrubado pela
Comissão de Constituição e
Justiça do Senado, onde o
projeto tramita atualmente.
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