São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2011

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BNDES cria piloto de ação social em megaobras

Banco escolhe cinco projetos para testar modelo criado em Itaipu

Instituição de fomento admite que esse tipo de ação demorou a ser incorporado entre as suas atribuições

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai criar grupos regionais no Brasil para discutir medidas socioambientais no entorno de grandes obras de infraestrutura que são financiadas pela instituição.
É a primeira vez que o banco ajudará a criar e participará da costura de acordos regionais de cunho socioambiental, com vistas a atender o entorno dos projetos.
O plano está sendo avaliado há dois anos e será testado em 2011.
O banco acredita que isso pode reduzir a objeção aos grandes megaprojetos de infraestrutura, como a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).
O objetivo não é incluir as exigências do empreendedor, contidas na licença de instalação dos projetos, no rol de ações regionais, mas envolver a sociedade civil a fim de obter dela novos dados sobre suas necessidades.
O banco de fomento poderá até criar linhas de crédito para financiar essas ações, embora não queira ser o único financiador.
"Os projetos de infraestrutura trarão ganhos aos empreendedores. O plano é fazer com que essas obras também resultem em benefícios para quem vive no entorno do projeto", disse Wasley de Assis Magalhães, assessor da presidência do BNDES.
O projeto tentará aplicar os conceitos adotados hoje no sistema de mobilização adotado pela usina hidrelétrica de Itaipu, onde um punhado de programas socioambientais conseguiu envolver a população regional e os poderes constituídos ao redor de um plano de ação local.
"Admitimos que estamos atrasados nessa questão. Chegamos um pouco tarde, por exemplo, aos projetos das usinas hidrelétricas do rio Madeira. Embora haja ações lá, não fizemos como deveríamos fazer", admite o assessor do BNDES.

CINCO PROJETOS
O banco escolheu cinco projetos-piloto a partir dos quais pretende definir até o fim deste ano o modelo de participação da instituição na mobilização regional.
Além da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, o banco deverá se envolver diretamente na costura regional de acordos socioambientais em outros quatro casos: no porto do Rio Grande (RS), no porto Açu (RJ), no projeto Codap (na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais) e no empreendimento da Suzano, que constrói uma fábrica de papel e celulose no Estado do Maranhão.


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