Banda larga recebe R$ 930 mi, após denúncia de balanço maquiado

DE SÃO PAULO

No ano em que comemora uma década de Speedy -produto de acesso à banda larga-, a Telefônica anunciou investimentos de R$ 930 milhões em internet, 40% do total de investimentos previstos até o final de 2010.
A cifra é 24% superior à do ano anterior e significa uma resposta às suspeitas levantadas pela AET (Associação de Engenheiros de Telecomunicações) de que a operadora espanhola teria "maquiado" seu balanço de 2009 lançando gastos com manutenção da rede como se fossem investimentos para a compra de equipamentos.
A suposta irregularidade foi comunicada pela AET à Bolsa de Valores de São Paulo e à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Na agência, a área técnica chegou a ser consultada sobre a necessidade de instaurar um processo administrativo, mas, até o momento, ele não foi aberto.
"Estamos absolutamente tranquilos e vamos enviar toda a documentação solicitada pela Anatel", disse Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica.
O presidente da AET, Ruy Bottesi, afirmou que a associação enviará nova carta à SEC (Bolsa de Nova York), que teria aberto uma investigação já que a Telefónica tem ações ali negociadas.

3 MILHÕES
Em junho deste ano, a Anatel aprovou o cumprimento do plano de investimento da Telefônica para dar mais estabilidade à rede em que oferece o Speedy.
A agência tinha proibido a companhia de vender o produto em julho de 2009 após sucessivas panes. A mais grave, ocorrida em 2008, deixou 2,5 milhões de clientes sem internet por três dias.
A retomada das vendas só foi autorizada no final de agosto de 2009. A Telefônica também contratou uma consultoria, que passou a monitorar suas vendas. Agora, elas só são contabilizadas se o Speedy estiver funcionando corretamente após a instalação.
Ontem, a Telefônica anunciou ter atingido 3 milhões de clientes com o Speedy. Somente entre janeiro e 15 de julho, foram 363 mil novos clientes. Com essa marca ela retoma a disputa com a Net, que tem cerca de 3,1 milhões de clientes em banda larga.
No período da proibição do Speedy, a Net tomou cerca de 200 mil clientes da Telefônica em São Paulo. (JW)

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