São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011

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Grupo Maggi vai plantar na Argentina

Conglomerado brasileiro arrendou 5.000 hectares no país vizinho e começará a produzir na próxima safra

Custo operacional menor e facilidade logística para exportar são as principais vantagens apontadas


DE SÃO PAULO

Enquanto empresas da Argentina ganham espaço na produção agrícola brasileira, o Grupo André Maggi, que tem como sócio o senador Blairo Maggi (PR-MT), faz o caminho inverso.
Começará a produzir soja em 5.000 hectares arrendados no país vizinho a partir da próxima safra.
O grupo, que tem sede em Rondonópolis (218 km de Cuiabá, MT), afirma que os principais atrativos da Argentina são os menores custos operacionais e a facilidade logística para exportar.
Além de oferecer solos que demandam menor investimento em fertilizantes e defensivos, o país vizinho exige deslocamentos menores até os portos.
A distância média é de 300 km, enquanto no Brasil pode chegar a 2.000 km.
Essas vantagens, no entanto, são anuladas pelo alto preço de arrendamentos e pela tributação argentina.
Segundo o grupo brasileiro, com tudo somado, "os custos [finais nos dois países] acabam se equivalendo".

ESCALA
O Grupo André Maggi não dá detalhes do novo projeto, mas, para Paulo Furquim de Azevedo, do GV Agro, trata-se de uma estratégia para ganhar escala e reduzir riscos.
"Eles colocam o pé em outra canoa. Lá, os riscos climáticos são diferentes dos do Centro-Oeste brasileiro."
Para Jacqueline Bierhals, da Informa Economics FNP, os brasileiros podem estar focando mais na produção de derivados de soja.
Isso porque a Argentina é "supereficiente" no processamento do grão para transformá-lo em óleo, farelo ou biodiesel.
"As unidades de beneficiamento estão na boca do porto, [a produção] sai de dentro da indústria direto para os navios", diz Jacqueline.
O processo de internacionalização do Grupo André Maggi começou em 2008, com a abertura de um escritório na Holanda.
Em 2010, a empresa brasileira instalou-se em Buenos Aires e, desde abril deste ano, comercializa soja argentina com os mercados europeu e asiático. (GH)


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