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Crediário vira minoritário no varejo
Cartões de crédito e de lojas desbancam carnês; em 5 anos, essa modalidade caiu de 80% para 20% nas Casas Bahia
Carnês embutiam maior risco de varejista no preço final; para inadimplentes, juros em cartão são mais altos
Alessandro Shinoda/Folhapress
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A operadora de caixa Nilda Ferreira só usa carnê em compras mais caras, "quando o limite no cartão não é suficiente"
MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
O tradicional carnê vem
perdendo espaço entre as
formas de pagamento nas
principais redes de varejo.
Nas Casas Bahia, o maior
grupo do setor no país, a
participação do carnê caiu
da quase totalidade (80%),
há cinco anos, para os atuais 15% a 20%.
Na Máquina de Vendas,
formada por Ricardo Eletro e
Insinuante, o uso do crediário também vem perdendo
força entre os clientes.
"Nos últimos cinco anos,
representava 35% das vendas, agora está em torno de
15%", diz Samuel Henrique
Belo, diretor de serviços financeiros da holding.
CRESCIMENTO
Entre 2005 e este ano, o
número de cartões de crédito
cresceu 126% no país, enquanto os cartões de loja tiveram alta de 131%, segundo a
Abecs (Associação Brasileira
das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços), com base
em estimativa para 2010.
Na opinião de especialistas, a tendência é que o movimento se intensifique nos
próximos anos com um
maior acesso das classes C e
D aos cartões. A previsão da
entidade é que as transações
com cartões de crédito cresçam 115% até 2015 e as com
cartões de loja, 67% .
"O cartão de crédito tem
grande peso no nosso negócio e, ao longo do tempo, isso
vem crescendo. Com mais
renda e emprego, está ocorrendo uma "cartonização"
das classes C e D, o que impulsiona esse movimento",
diz Orivaldo Padilha, diretor
financeiro da Globex, empresa formada por Casas Bahia,
Ponto Frio e Extra Eletro.
No Ponto Frio, a modalidade representa hoje menos de
2% dos pagamentos, enquanto o plástico responde
por cerca de 73%.
E, com o reposicionamento da marca, a tendência é
que "chegue próximo a zero
nos próximos anos".
"Como pretendemos atingir prioritariamente as classes A e B, acredito que o carnê seja cada vez menos usado nas lojas do Ponto Frio",
avalia Padilha.
SEM ANÁLISE
O professor do centro de
excelência em varejo da FGV
(Fundação Getulio Vargas)
Maurício Morgado diz acreditar que os cartões de crédito e
de loja deverão assumir o lugar do carnê nos próximos
anos. "O crediário tradicional está sumindo", afirma.
Ele ressalta a conveniência do novo sistema de pagamento. "No carnê, o consumidor tem que voltar à loja
para fazer o pagamento todos os meses, o que não é
prático", afirma Morgado.
Analistas também destacam como vantagem do cartão para o comprador o fato
de não precisar passar por
análise cadastral a cada vez.
Apesar da queda que vem
ocorrendo, o diretor financeiro da Globex afirma acreditar
que esse meio de pagamento
continuará existindo.
"Ele perdeu espaço, mas
ainda tem um público cativo,
que o manterá ativo. Daqui
para frente, deverá ficar estável", afirma Padilha.
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