São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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Dólar volta a cair, apesar de IOF maior

Moeda norte-americana recua pelo mundo e atinge o menor valor em 15 anos em relação ao iene japonês

Mercado aguarda novas medidas do governo para conter alta do real; expectativa é de efeito pontual no câmbio

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Durou um dia a alta do dólar no Brasil. Ontem, a moeda americana embarcou na tendência global de desvalorização e voltou a recuar também diante do real, dois dias após o novo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para estrangeiros.
No Brasil, o dólar terminou o dia negociado a R$ 1,675, com queda de 0,71%.
No mercado internacional, a moeda americana testou novas baixas em relação às principais moedas globais, valorizando ações e commodities mundo afora, após o Livro Bege do Federal Reserve (BC dos EUA) diagnosticar uma recuperação "modesta" na economia americana.
Ontem, o dólar teve a menor cotação em 15 anos em relação ao iene -desceu a 80,85 ienes. Também recuou 1,7% em relação ao euro, negociado a US$ 1,3958.
"Voltou a tendência de sempre", disse Ivo Goes, operador da corretora Levy Cam.
Para Jorge Knauer, diretor do Banco Prosper, é impossível o Brasil sozinho reverter a tendência global de depreciação do dólar. Por esse motivo, Knauer não acha justo falar em "fracasso completo" da ação do governo.
"Não existe fracasso; o que existe são medidas mais e menos eficazes. E a contundência da medida dura um determinado tempo. Não imagino que, depois de iniciado esse processo, o governo vá simplesmente parar de intervir. Vai testar outras medidas, provocando estresse e volatilidade nesses dias."

NOVAS MEDIDAS
Diante do fracasso das ações no câmbio, o mercado espera medidas adicionais do governo e do Banco Central para segurar o real.
"O aumento do IOF tem efeito limitado, uma vez que o fluxo externo decorre da percepção de que a taxa Selic continuará interessante para os aplicadores, ainda mais se consideradas as perspectivas de ampliação dos estímulos monetários pelo Fed", disse Mirian Tavares, diretora da corretora AGK.

FOLHA.com

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