São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Acabou "gambiarra" no Rio, diz senador

Homem forte do governador do Rio de Janeiro atribui entrada de empresas no Estado a saneamento da gestão

Fichtner, que em 2011 volta a ser secretário da Casa Civil do Estado, defende "guerrinha fiscal" do governo

DO RIO

Atualmente senador, ocupando a cadeira para a qual foi eleito como suplente do governador Sérgio Cabral em 2002, Regis Fichtner (PMDB), 46, voltará a chefiar no ano que vem a Secretaria da Casa Civil do governo do Rio de Janeiro, que já ocupou entre 2006 e julho deste ano.
No primeiro mandato de Cabral, Fichtner, à frente da secretaria, foi responsável por implementar a política de metas de gestão em setores como Fazenda e Segurança Pública. Em entrevista à Folha, ele fala sobre o bom momento econômico do Estado. (RR)

Folha - As notícias de grandes investimentos no Rio têm se sucedido. A que se deve isso? Regis Fichtner - O Rio era um local com muito pouca transparência, inseguro, com pouca garantia de competitividade, com muita sonegação. Onde você tem muita sonegação você atrai o mau empresário e afugenta o bom empresário. Isso é o que estava acontecendo no Rio de Janeiro. Só tinha pilantra aqui. E acho que a gente conseguiu virar isso. Hoje temos um Estado saneado financeiramente. Acabou a mentalidade que a gente tinha aqui no Estado do Rio em que tudo era uma gambiarra, tudo era feito sem cuidado. Aqui na Casa Civil não tinha computador. E, pior, nos poucos computadores que havia, os programas eram todos piratas. O computador do governador tinha programa pirata! Hoje em dia todo mundo tem equipamento de última geração, tudo legalizado. O Rio é um Estado de um potencial espetacular, então, quando você começa a dar esses sinais, todo mundo corre atrás.

Qual é a influência de ações do governo como isenção de impostos e cessão de terrenos na chegada de empresas? Temos uma guerrinha fiscal em andamento no Brasil. E nós somos agressivos nessa guerra. O Rio tem uma vantagem de ter uma posição logística muito boa. Quando a gente oferece a mesma coisa que os outros Estados oferecem, há uma grande chance de as empresas terem preferência pela gente.

Como o governo lida com a disputa interna dos municípios do Estado pela alocação dos investimentos? Quando detectamos que uma determinada empresa quer se situar no Rio de Janeiro, oferecemos a ela um pacote de benefícios. Chamamos todos os municípios onde seja possível localizar essa empresa e cada um faz a sua apresentação. E cada um vende o seu peixe, quem tiver o mais bonito leva. A gente não faz distinção entre os municípios. É claro que temos a preocupação de desenvolver áreas mais pobres do Estado. Se pudermos induzir [a alocação de empresas] em municípios com menor IDH [Índice de Desenvolvimento Humano], induzimos.

Qual é a importância da aliança com o governo federal para esse renascimento do Estado? Um dos problemas históricos que a gente tinha no Rio era essa disputa. E, quando conseguimos eleger o prefeito, essa parceria deslanchou mesmo. Estamos fazendo uma integração que nunca se viu aqui no Rio. E aí você potencializa recursos. Tivemos um ciclo de governadores muito preocupados com a política e pouco preocupados com a gestão. Política é muito importante, mas, sem estar alinhada com um mínimo de eficiência administrativa, não leva a lugar nenhum.

FOLHA.com
Leia mais trechos da entrevista com Regis Fichtner
folha.com.br/me833507


Texto Anterior: RJ alia incentivos fiscais a pré-sal e atrai empresas
Próximo Texto: Frases
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.