São Paulo, terça-feira, 22 de março de 2011

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Commodities

Pentágono move acordo de bioquerosene

Maior comprador de querosene de aviação no mundo, Ministério da Defesa dos EUA mira segurança energética

Em acordo firmado com Brasil, EUA dizem que não pretendem impor barreiras comerciais ao combustível brasileiro

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

O acordo para o desenvolvimento de biocombustíveis de aviação, firmado durante a visita do presidente Barack Obama, é considerado estratégico para os EUA.
O Departamento de Defesa dos EUA, uma das instituições parceiras do novo acordo de cooperação, é o maior comprador de QAV (querosene de aviação) do mundo.
"É uma questão de segurança energética", diz Joel Velasco, vice-presidente de relações externas da Amyris, empresa de biotecnologia americana que é parceira da Embraer em um programa de desenvolvimento de bioQAV a partir da fermentação da cana-de-açúcar.
Apesar da divergência dos dois países em termos de barreiras comerciais para produtos agrícolas e para o etanol, no acordo os EUA também se comprometem a evitar a criação de barreiras internacionais ao comércio e ao desenvolvimento do bioQAV.
Para Guilherme Freire, diretor de tecnologia para o ambiente da Embraer e também diretor-executivo da Abraba (Aliança Brasileira do Combustível para a Aviação), o acordo é a chancela institucional que faltava para as iniciativas privadas.
E também deve estimular o surgimento de novas iniciativas para o desenvolvimento do bioQAV.
Pressionadas pelo alto custo do petróleo e pela agenda ambiental, companhias aéreas e fabricantes de avião em todo o mundo estão em busca de alternativas para um mercado que movimenta US$ 300 bilhões.
Há inúmeros projetos em andamento, com diferentes fontes de matéria-prima: cana-de-açúcar, alga, camelina, pinhão manso, entre outros. Todos partem da mesma premissa: a opção alternativa terá de se adaptar aos motores existentes.
Segundo Freire, vai levar ainda de 5 a 10 anos para que o combustível alternativo se torne comercialmente viável.
Por razões consideradas estratégicas, econômicas e ambientais, o futuro que está sendo desenhado pela indústria prevê que o bioQAV seja produzido a partir de diferentes matérias-primas, em diferentes países.

TESTES
O primeiro voo de bioQAV com passageiros deve acontecer neste primeiro semestre, com um Airbus da Lufthansa. Durante seis meses, o combustível à base de biomassa será adicionado ao QAV tradicional em uma das duas turbinas.
A TAM também tem uma parceria com a Airbus para desenvolver bioQAV a partir de pinhão manso. Um voo-teste foi realizado no ano passado e o combustível está em fase de certificação.
O programa da Embraer com a Amyris, que envolve também a GE (fabricante de motores) e a Azul, tem seu primeiro voo-teste programado para o primeiro semestre de 2012, mas a certificação do produto só deve acontecer a partir de 2015.


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