São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2011 |
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Mercado Aberto MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br Produtos do Mercosul perdem importância entre os países do bloco A importância dos produtos importados dos parceiros do Mercosul é menor do que era há dez anos para três dos quatro países do bloco. Apenas a Argentina registrou crescimento na porcentagem de produtos comprados dos vizinhos desde 2001: de 29% para 34%, de acordo com a Associação Latino-Americana de Integração e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. Os motivos para a queda no Brasil, no Paraguai e no Uruguai são distintos, segundo o cientista político da Universidade Federal Fluminense Thiago Rodrigues. "O Brasil diversificou seus parceiros comerciais, enquanto o Uruguai tem se aproximado dos Estados Unidos, e o Paraguai, de Taiwan", diz Rodrigues. Mesmo no caso da Argentina, a tendência é que os produtos do Mercosul percam em importância nos próximos anos, diz o advogado Felipe Herzog, especialista em comércio internacional. "O governo argentino tem adotado diversas medidas para diminuir o deficit comercial, principalmente com o Brasil", diz Herzog. Em 2010, o comércio bilateral foi favorável ao Brasil em US$ 4,1 bilhões. Para Rodrigues, o papel do Mercosul é menos influente do que se imaginava quando foi criado. "Mas o Brasil não pode abrir mão do Mercosul, porque é um facilitador da relação com a Argentina." PUBLICIDADE NO LIMITE O mercado publicitário brasileiro não se abalou com a insegurança global no primeiro trimestre. Apesar do tsunami, do aumento dos preços do petróleo e das revoltas em países árabes, a propaganda deve registrar um crescimento líquido, sem inflação, entre 6% e 7% -mesmo sem Copa, que embalou as vendas em 2010. A previsão é de Sérgio Amado, presidente da agência Ogilvy. O mercado terá "anos de ouro" para a publicidade nos próximos quatro anos. "A TV vai continuar crescendo em receita com tendência de alta nos dois anos antes da próxima Copa e dos Jogos Olímpicos", afirma. A consequência, já sentida, é a alta demanda por talentos. "Já estamos tendo problemas de mão de obra especializada", afirma. As maiores altas de investimento em publicidade estarão em segmentos como varejo, automobilístico, alimentos, bebidas, eletrodomésticos e telefonia. As classes C e D serão as bases do crescimento de linha branca, móveis, carros, motos, viagens e outros. "O mercado publicitário brasileiro, nos próximos quatro anos, será um dos maiores do mundo. Maior do que França, Alemanha, Itália, Espanha e Rússia" SÉRGIO AMADO presidente da Ogilvy ANÁLISE As tentativas do governo de conter a apreciação do real são inúteis enquanto o banco central americano não apertar sua política monetária, segundo análise de risco feita pela EIU (The Economist Intelligence Unit). O estudo aponta que o controle direto de capital no Brasil é improvável, mas que não pode ser descartado. Na análise, a EIU também coloca a dívida pública brasileira (menor que 60% do PIB) como um dos freios do crescimento do país. Por outro lado, a análise indica que a variada cesta de exportações e o sistema financeiro bem regulado garantem a nota BBB de avaliação de risco. LUZ ACESA O consumo industrial de energia registrou aumento de 3% no primeiro trimestre deste ano ante igual período de 2010, segundo índice da Comerc. O setor de eletromecânica se destacou, com alta de 23,35%. "É um crescimento esperado. O setor se prepara para os eventos que vão demandar infraestrutura", diz Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc. Para 2011, a indústria deve apontar alta de 5,3%. PASSARELA RECICLADA O estilista brasileiro radicado na França Gustavo Lins, que trabalha atualmente com criação de novos produtos, elaborados a partir de reciclagem de sobras de peças de couro e seda da grife Hermès, vai trazer sua marca ao Brasil. Lins ainda negocia parcerias com fabricantes de moda no país, fora do setor de luxo. A ideia é utilizar matérias primas brasileiras. "Quero trabalhar com tecidos naturais, como seda e algodão, em composições com restos de produção industrial como bagaços de cana e mandioca." O QUE ESTOU LENDO
O médico está para terminar "A Menina que Roubava Livros" (ed. Intrínseca, 480 págs.), de Markus Zusak. "O livro aborda de maneira sublime o terror da guerra e seu impacto na Alemanha, principalmente." Em breve, ele pretende começar "José Alencar - Amor à Vida" (ed. Sextante, 400 págs), de Eliane Cantanhêde, colunista da Folha. "Se o livro passar metade das lições que ele nos passou em sua história de vida, já valerá a pena." ROUBO NO ASFALTO O índice de roubo e furto de automóveis, caminhões e utilitários, nos três primeiros meses de 2011, caiu 8,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento da empresa de rastreamento Tracker do Brasil. Entre janeiro e março foram registradas 789 ocorrências. Os carros representaram 73% do total, seguidos dos utilitários (16%) e dos caminhões (11%). Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a redução mais significativa se deu entre os caminhões. "O resultado atual ainda pode ser entendido como um reflexo direto da queda de cerca de 15% nas ocorrências no Rio de Janeiro, após a ocupação policial de comunidades como o Complexo da Penha e o do Alemão", afirma o presidente da Tracker do Brasil, François Barnier. com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ Próximo Texto: Cotações/Ontem Índice | Comunicar Erros |
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