São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Prospecto de IPO da BR Pharma não revela ligação com Aché

A minuta do prospecto referente à abertura de capital da rede de farmácias Brazil Pharma não informa que aos seus FIPs (Fundo de Investimento em Participações) está ligado o fabricante de medicamentos Aché.
Protocolado na CVM, o formulário traz a informação de que três fundos (chamados Infinity, Vincitore e Lajota), juntos, são donos de 25% da BR Pharma -com 8,33% cada um. O documento não informa, porém, que acionistas dos fundos são também do Aché Laboratórios.
O fato de um fabricante de remédio ser ligado a uma rede de drogarias pode ser motivo de análise do Cade, segundo o especialista em concorrência Arthur Barrionuevo, professor da Direito GV.
"Isso se as empresas têm participação de mercado superior a 20% ou faturamento acima de R$ 400 milhões."
A BR Pharma, holding de varejo farmacêutico do BTG Pactual, faturou R$ 1,4 bilhão em 2010. No portfólio há redes como Farmais e Guararapes. O Aché teve receita bruta de R$ 2,28 bilhões.
Quanto à governança corporativa, o ideal é que o dado apareça. "Tem que ser o mais transparente possível para o acionista decidir. Ele pode achar que o dado é bom ou ruim, mas, quanto mais informação ele tiver, melhor", diz Luiz Martha, do IBGC (instituto de governança).
A BR Pharma está em período de silêncio. O Aché informa que "os acionistas da companhia, por meio de seus FIPs, adquiriram participação societária na BR Pharma. A atuação será independente e não implicará em alteração nas relações comerciais".
A CVM informa que pode pedir dados adicionais.

Galvão Energia investe R$ 400 milhões em eólica

A Galvão Energia fechou contratos de fornecimento de 47 equipamentos de energia eólica com a Vestas Wind Systems Brasil, ligada à empresa dinamarquesa.
"O valor total é de R$ 400 milhões, entre equipamentos e manutenção", diz Otávio Silveira, presidente da Galvão Energia. O contrato foi financiado pelo BNDES e 60% dos geradores contratados terão conteúdo nacional.
Os equipamentos, com 2 megawatts cada um, o que totaliza 94 megawatts de energia contratada, irão para São Bento do Norte, no Rio Grande do Norte.
"Já havíamos contratado 40 equipamentos e agora teremos mais sete", conta.
A Vestas também ficará responsável pela operação e pela manutenção por dez anos. Por contrato, a empresa se compromete a oferecer equipamentos que gerem energia em 97% do tempo.
"Só estarão parados durante 3% do tempo, quando estiverem em manutenção", afirma Silveira.
Os geradores adquiridos entrarão em funcionamento em setembro de 2013, e não mais em janeiro daquele ano.
A Aneel oficializou na sexta-feira o adiamento do início das operações para setembro de 2013, de modo a possibilitar adaptações na rede. Houve acúmulo de parques no Estado, onde há pouca capacidade de transmissão.
"Se o atraso afeta o resultado? Afeta, mas foi a solução possível. Melhor do que deixar equipamentos sem gerar energia. Eles estragam como carro parado."

ENERGIA RENOVÁVEL

Emocionado, os olhos quase marejaram no final do discurso, mas falante e bem disposto, como de costume. Assim se mostrou Roger Agnelli em sua despedida da Vale, quando reuniu diretores-executivos e conselheiros, na sexta-feira, antes de passar o bastão ao novo presidente, Murilo Ferreira.
"Tenho muito interesse em energia, energia renovável", contou Agnelli, antes de sair. "Esse setor une tudo, inclusive as áreas ambiental e social." Agnelli acabara de narrar a transformação de Moçambique com a chegada da Vale. Entre os planos para a vida "sem agenda" pós-mineradora, "quero adotar um menininho negro. Se a Andréa [sua mulher] deixar."
Alguém indaga se ele vai se dedicar "ao social". "Ah, isso já faço muito." Volta para SP? "Tenho apartamento lá, mas prefiro continuar no Rio." Por ora, vai se dar um tempo e analisar os convites de "todo o tipo" recebidos.

CARRO DE ALUGUEL

A frota das locadoras de automóvel cresceu 14% em 2010, segundo a Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis).
O número de carros chegou a 414,3 mil, de acordo com o balanço do setor, que será divulgado na terça-feira.
"Devemos manter esse ritmo de crescimento por mais, pelo menos, quatro ou cinco anos", afirma o presidente do Conselho Gestor da entidade, Paulo Gaba Jr.
A expansão das locadoras, que são responsáveis pela compra de cerca de 10% da produção nacional de automóveis, tem sido impulsionada por mudanças de estratégia nas companhias do país, de acordo com a Abla.
"As empresas de telefonia, por exemplo, não dispõem mais de carros próprios, pois preferem investir em equipamentos", diz Gaba Jr.

NOVO SABOR

A Meridian Trading lança nesta semana a marca brasileira de preservativos Block.
Rio de Janeiro, Espírito Santo e cidades do interior de São Paulo serão os primeiros a receber o produto.
Entre os diferenciais da marca, estão a fácil abertura da embalagem, o menor odor de borracha, o aroma diferenciado de marula e a transparência do produto, de acordo com Iderlon Azevedo, presidente da companhia brasileira.
"Durante o desenvolvimento da marca, uma das principais reclamações ouvidas nas pesquisas era a dificuldade em abrir a embalagem -89% dos consumidores fizeram essa queixa."
O preservativo é fabricado na Malásia. "O país é o maior produtor de preservativos do mundo e o segundo maior na exportação do látex centrifugado [matéria-prima do preservativo]", diz.
A entrada do produto nos países da União Europeia está sendo negociada. "No ano que vem, já devemos estar em Portugal, Espanha e Holanda", diz Azevedo.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION


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