São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2010

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BB sai em busca de investidor no mercado

Atuais acionistas têm preferência para reservar novas ações, cujo prazo para oferta primária termina amanhã

Oferta secundária, para qualquer investidor, vai até o dia 29; papel pode ser boa opção no médio prazo, afirma analista

MARIANA SCHREIBER
SÃO PAULO

Termina amanhã o período de reserva para a participação da oferta primária de ações do BB (Banco do Brasil), na qual os atuais acionistas têm preferência. Já a inscrição para a oferta secundária, aberta a qualquer investidor, vai até o dia 29.
Serão oferecidos 286 milhões de ações na oferta primária e outras 70.849.660 na secundária, que prevê também a possibilidade de oferta de mais 39.150.340 de papéis num lote suplementar, caso haja demanda.
Considerando a cotação da ação do BB no fechamento de ontem (R$ 28,19), a operação pode movimentar até R$ 11,16 bilhões.
O preço que será cobrado na oferta, no entanto, só será definido no dia 30 e dependerá da demanda, além da cotação na Bovespa.
O pequeno investidor terá preferência na aquisição de 10% a 30% das ações vendidas na oferta secundária. Nesse caso, o investimento mínimo possível é de R$ 1.000, e o máximo, de R$ 300.000. Para o grande investidor, não há limite.
Da oferta primária apenas investidores que possuíam ações do BB no dia 24 de maio e ainda detêm papéis do banco podem participar. Apenas se não houver demanda suficiente por parte dos atuais acionistas os papéis da oferta primária serão disponibilizados para outros investidores.
Na oferta primária serão vendidas novas ações da instituição, com objetivo de capitalizar o banco.
Isso é necessário para o BB continuar expandindo sua oferta de crédito sem comprometer seu índice de Basileia -que mede a relação entre o capital de um banco e seu volume de empréstimos.
O banco tem 13,7% de exposição. Com a operação deve atingir 15%, embora o BC exija o mínimo de 11%.
Na secundária serão vendidas ações da União e do BNDESPar, para aumentar o número de ações em negociação na Bovespa, de 21,9% para 25%.
Essa é uma exigência que o BB deve cumprir por fazer parte do Novo Mercado, segmento da Bolsa que fixa regras de transparência e proteção aos minoritários.
O analista da Lopes Filho & Associados João Augusto Sales considera que o banco tem bons fundamentos e pode ser um bom investimento de médio prazo.
No entanto, ele diz que há sempre o risco de o banco sofrer ingerência política, servindo de ferramenta para políticas públicas que comprometam sua rentabilidade.
"Em 2008 isso aconteceu, e o banco aumentou a oferta de crédito na contramão dos bancos privados. Mas acabou sendo positivo para o BB porque a crise foi rápida."
Luiz Miguel Santacreu, da Austin Rating, lembra também que a direção do BB pode sofrer mudanças no próximo governo.

Ontem a ação do BB terminou com forte alta, de 3,56%.


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