São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Capital de risco deve crescer 25% em 2011

Indústria de investimentos pode alcançar R$ 73,6 bilhões neste ano no país; otimistas estimam até R$ 88 bilhões

Participação do setor como porcentagem do PIB ainda é inferior à média mundial e revela pouca maturidade

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Os recursos captados por fundos de capital de risco ("venture capital") e de participação de empresas ("private equity") deverão crescer pelo menos 25% em 2011.
Com isso, a indústria de investimentos deve chegar a US$ 46 bilhões (R$ 73,6 bilhões) no Brasil, com alta de 28% sobre 2009.
Segundo dados da pesquisa da FGV-SP encomendada pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), em 2009 foram levantados US$ 6,1 bilhões, ou R$ 9,7 bilhões.
Para este ano, existe a possibilidade de o volume chegar a US$ 10,1 bilhões (R$ 16,1 bilhões).
"Já existe espaço na economia brasileira para esse nível de captação anual de 25%", diz Claudio Furtado, do Centro de Estudos em Private Equity da FGV-SP.
Outras fontes ligadas ao setor são ainda mais otimistas e estimam que o total de recursos de fundos disponíveis na economia possa atingir R$ 88 bilhões neste ano.
As recentes rodadas de captação de fundos internacionais de interessados em investir na região contribuem para o otimismo.
Na semana passada, o americano Carlyle informou a conclusão da rodada de captação de R$ 1,6 bilhão.
Os recursos deverão ser aplicados no Brasil em até dois anos.
Atualmente, os recursos disponíveis em "private equity" e "venture capital" representam 2,3% do PIB, aquém da média mundial.
Segundo especialistas, isso acontece porque o setor ainda não se popularizou em todos as classes sociais.
Com o amadurecimento da indústria, a expectativa é que o Brasil alcance os 3,5% de participação média mundial entre três e cinco anos.
"A chegada de grandes fundos contribui para calibrar o grau de otimismo. Mas tudo vai depender da capacidade de consolidação dos setores que vão gerar demanda por capital de "private equity" e popularizar o conceito", afirma Furtado.

PROFISSIONALIZAÇÃO
Para René Fernandes, gerente de projetos do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV-SP, o crescimento vultoso de recursos nos últimos anos tem se mostrado essencial para fomentar a criação de novas empresas no país.
Ao mesmo tempo, esses novos empresários já se mostram preocupados com aspectos de governança corporativa que têm atraído novos investidores e que contribuem para acelerar o ritmo de aportes.
Com 13 empresas no por- tfólio e R$ 250 milhões em recursos comprometidos no país, a FIR Capital é uma dessas empresas.
"Houve evolução considerável de conhecimento e de incorporação de governança. Existe consciência maior da importância da governança, o que é bem-visto pelos investidores", diz Marcus Regueira, sócio do fundo.
No entanto, na avaliação de Regueira, outros fatores são fundamentais para o amadurecimento do setor no país, como outros tipos de oportunidade de saída para os fundos de investimento, como a possibilidade de abertura de capital.


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