São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Entrega de cartas atrasa até 15 dias, diz sindicato

Funcionários dos Correios atribuem problema à falta de profissionais

Maior volume de encomendas por Sedex também é citado; empresa nega que atraso seja generalizado

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Correspondências postadas em agências dos Correios de Norte a Sul do país têm chegado ao destino com até 15 dias de atraso, segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios).
Em Colombo e São José dos Pinhais (PR), o atraso varia de 10 a 15 dias, segundo empregados locais.
Na região de Campinas (SP), o atraso afeta a entrega de 1 milhão de correspondências por mês e ocorre desde o início do ano.
Cartas que deveriam chegar em até 3 dias levam de 10 a 12 em Campinas, Indaiatuba, Paulínia, Sumaré e Hortolândia. O problema se estende a dezenas de cidades, segundo o sindicato dos trabalhadores na região.
Na Grande São Paulo, cartas que deveriam ser entregues em 24 horas ou 48 horas estão levando até três dias a mais para chegar.
A falta de profissionais e o maior volume de encomendas entregues por Sedex (serviço de encomenda para envio de documentos e mercadorias) são apontados por representantes dos empregados como os principais motivos pelo atraso.
Nos últimos dois anos, 4,7 milhões a mais de brasileiros passaram a comprar pela internet, segundo o instituto Data Popular, especializado em baixa renda. Em 2008, 13,2 milhões afirmaram ter feito compras pela rede. No último trimestre de 2010, esse número foi de 17,9 milhões -ou seja, aumento de 35,6%.

PRIORIDADE
"Como faltam profissionais, a prioridade é fazer as entregas de Sedex, principalmente o Sedex 10. Mas mesmo esse tipo de encomenda, com entrega garantida até as 10h [da manhã do dia útil seguinte ao da postagem], tem atrasado de duas a quatro horas", afirma Nilson Rodrigues dos Santos, diretor da federação dos empregados.
Sindicatos dizem que as jornadas têm chegado a 12 horas por dia para que não haja tanto atraso.
Hoje, os Correios empregam mais de 107 mil pessoas, sendo 55 mil carteiros.
A federação dos trabalhadores crê que seria necessário contratar 30 mil no país.

OUTRO LADO
Segundo os Correios, o atraso na entrega de cartas não é generalizado e deve se normalizar com a contratação de quase 10 mil empregados, por meio de concurso.
"Na região de Campinas, 26% das correspondências estavam sendo entregues com atraso, mas a empresa já vem adotando providências para minimizar a situação."
Entre elas, cita agilidade na compra de equipamentos para melhorar o tratamento da carga, horas extras, trabalho aos fins de semana, realocação de pessoal e admissão de temporários.
A empresa informa ainda que no país são entregues 35 milhões de objetos por dia.
"A média nacional de entrega dentro do prazo tem sido de 90%. Os eventuais atrasos decorrem do cancelamento do concurso público anterior."


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