MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Após o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) abrandar ontem a elevação da Selic (taxa básica de juros), economistas já acreditam que o próximo movimento de alta pode ser ainda menor, de apenas 0,25 ponto percentual.
Para o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, o Copom deixou claro em seu comunicado que afasta qualquer risco de superaquecimento da economia.
"Pela nota do BC, o Copom deve fazer apenas mais uma elevação da Selic, possivelmente de 0,25."
Mas Freitas não descarta mais um aumento de meio ponto. O economista da PUC-RJ Luiz Roberto Cunha também crê nas duas possibilidades e espera apenas mais uma alta da taxa.
"Os últimos índices mostraram menor alta dos preços ou mesmo deflação e esse cenário deve persistir em agosto", afirma Cunha.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, no entanto, acredita que existe espaço para mais duas altas, de 0,5 e de 0,25 ponto percentual. Ele considerou a decisão do Copom incoerente.
"Henrique Meirelles [presidente do BC] sempre diz que o Copom trabalha com o longo prazo. Mas essa decisão olhou apenas o presente, em que houve uma acomodação pontual da economia doméstica."
Já a Fiesp criticou a nova alta da Selic.
"A pressão de preços, registrada no início de 2010, era fundamentada em causas muito bem definidas: sazonalidade e reajustes esporádicos", disse em nota.