São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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ANÁLISE

'Vila' é sucesso de regionalização de espaços sem criação de guetos

JOÃO CRESTANA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como ocorreu em Barra Funda, Lapa, Santo Amaro e Água Branca, a Vila Leopoldina experimenta um excepcional processo de transformação. Iniciadas há cerca de oito anos, as mudanças não têm data para terminar.
Possuidora de grandes galpões com baixos preços de locação e de venda, a "vila" despertou o interesse de profissionais multimídia, publicitários, fotógrafos e produtores de TV e cinema, que se mudaram para lá em meados da década, levando vida e cor a uma área antes cinzenta.
Mais recentemente, restaurantes e casas noturnas também se instalaram na região. Espaços residenciais novos começaram a surgir mais significativamente há três anos.
O movimento é contrário ao habitual: primeiro a Vila Leopoldina recuperou sua vibração e se transformou em polo cultural, para, depois, gerar interesse imobiliário.
Segundo a consultoria Embraesp, em 2008 foram lançadas 540 unidades de quatro dormitórios. Em 2009, foram 526 de um; em 2010, 813 unidades, das quais 241 com dois dormitórios e 572 com três. Foram 1.879 novas habitações num curto intervalo.
Como a atividade imobiliária depende de terrenos capazes de receber novos projetos, antigos galpões são alternativa factível, e incorporadoras têm tecnologia para remediar solos contaminados por antigas indústrias.
Assim, a Vila Leopoldina se firma como excelente opção. E comprova o sucesso da regionalização de espaços urbanos sem a criação de guetos e com estímulo à recuperação de tecidos degradados.
Empresários sensíveis e com coragem de correr riscos podem converter áreas abandonadas em espaços saudáveis e viáveis. E outros bairros regionalizados poderão florescer. São as sustentáveis "cidades dentro da cidade".

JOÃO CRESTANA, 56, é presidente do Secovi-SP e da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária


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