São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aparelhos são "escravização digitalizada", afirma sociólogo DO RIO
O sociólogo da Unicamp
Ricardo Antunes, especializado em relações de trabalho, afirma que a liberdade
da jornada à distância é apenas aparente. Folha - O que muda na relação de trabalho com a extensão digital da jornada? Ricardo Antunes - O processo combina salto tecnológico com intensificação do trabalho. E com um envolvimento maior do trabalhador. Com isso, o tempo do trabalho e o tempo do lazer começam a se imiscuir? Eles se embaralharam completamente. A partir da era digital, o tempo de trabalho e o tempo de não trabalho não estão mais claramente demarcados. Significa que, estando na empresa ou fora dela, esse mundo digitalizado nos envolve durante as 24 horas [do dia] com o trabalho. E o que isso muda para o trabalhador? Ele perde o sentido da vida fora do trabalho. Aumentam os adoecimentos e o estresse. A aparência da liberdade do trabalho em casa é contraditada por um trabalho que se esparrama por todas as horas do dia e da noite. É viável que se faça a contagem do trabalho imaterial [que produz conhecimento] por horas, como na fábrica? Não. Mas hoje o controle não é mais por tempo estrito de trabalho, e, sim, por produção. Se não realizou as metas [que eram previstas], você deixa de ser interessante para a empresa. Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |