São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 2011

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Antonio Barros de Castro morre em desabamento

Ex-presidente do BNDES é atingido pela laje do escritório de sua casa, no Rio

Especialista em política industrial, Castro fazia parte de grupo de economistas desenvolvimentistas

Fernando Rabelo - 8.mar.11/Folhapress
Antonio Barros de Castro em entrevista em sua casa, no Rio

LUIZA SOUTO
DO RIO

O ex-presidente do BNDES Antônio Barros de Castro, 73, morreu na manhã de ontem, vítima de um desabamento na casa onde morava, no Humaitá, zona sul do Rio.
O acidente aconteceu por volta das 11h. A laje do escritório desabou sobre Castro, que morreu na hora. O economista deixa quatro filhos, uma neta e a mulher, a também economista Ana Célia Castro.
A filha mais nova de Barros, Ana Clara, 24, disse que o teto da casa não apresentava nenhum problema nem passava por obras.
"Não havia indício de que isso poderia acontecer. A gente encontrou o gesso inteiro."
Ana disse que sua mãe trabalhava em outro cômodo da casa e ouviu um barulho, mas não imaginou que fosse em sua residência.
"Quando cheguei em casa, um vizinho, que mora no apartamento que dá para os fundos, avisou do desabamento e imediatamente chamei os bombeiros. Quando eles conseguiram tirar o meu pai, ele já estava sem vida."

TRAJETÓRIA
Doutor em economia pela Unicamp, Castro foi presidente do BNDES entre outubro de 1992 e março de 1993, no governo Itamar Franco (1992-1994). Foi diretor de Planejamento do banco, entre 2005 e 2007, no governo Lula.
Especialista em política industrial, Castro, que também foi colunista da Folha, era membro do grupo de economistas desenvolvimentistas que se inspira nas ideias da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), que tem nomes como Luiz Gonzaga Belluzo, Carlos Lessa, Maria da Conceição Tavares e o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
"O professor Barros de Castro foi capaz de conciliar uma brilhante carreira acadêmica, tornando-se uma referencia no pensamento econômico brasileiro", afirmou Coutinho em nota.
O economista era professor emérito da UFRJ e consultor do Conselho Empresarial Brasil-China.
Considerava que o desenvolvimento do país asiático alterou radicalmente a economia global e que o Brasil tinha de se reinventar para se manter competitivo.
"Se o câmbio e o 'custo Brasil' forem neutros, boa parte da indústria brasileira não é competitiva porque o sistema industrial chinês é mais eficiente", disse ele em entrevista à Folha em abril.
O velório será hoje no átrio da capela da UFRJ, no campus da Praia Vermelha, ainda sem horário definido.

FOLHA.com
Leia entrevista com Antonio Barros de Castro publicada pela Folha em abril
www.folha.com/no963141


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