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Lula é discípulo de Thatcher, diz Murdoch
Dono do "Wall Street Journal" afirma que brasileiro pode ter sido socialista, mas hoje segue ideias de conservadora
Governo Thatcher ficou marcado pela redução do tamanho do Estado e pela perda de direitos
dos trabalhadores
DE SÃO PAULO
O empresário Rupert Murdoch, dono do império de mídia News Corporation e conhecido pelas ideias conservadoras, disse ontem que o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva é discípulo de Margaret Thatcher, premiê britânica do fim dos anos 70 até o
início dos 90 e conhecida como "a dama de ferro".
"O presidente Lula, do
Brasil, pode ter começado
sua vida como um socialista,
mas agora é um thatcherista.
Sem orgulho, as pessoas não
prosperam. Sem um bolo
maior, as porções ficam menores -e as [pessoas] mais
vulneráveis são as que vão
sofrer mais", afirmou.
A comparação entre o brasileiro e a política britânica
ocorreu em um discurso em
que Murdoch elogiava o governo Thatcher e pregava a
necessidade da melhora da
educação no Reino Unido.
Segundo o empresário
(dono do "Wall Street Journal" e da rede Fox), "no ascendente Brasil, por exemplo, as favelas até recentemente eram muito perigosas
até mesmo para a polícia entrar. Agora elas estão sendo
renovadas, graças a uma
ideia que não é desconhecida
para as pessoas nesta sala
[onde foi feito o discurso]".
"A ideia é: permita que a
população local compre sua
casa, deixe que tenha orgulho do seu local e veja a localidade progredir", afirmou.
Para ele, a primeira-ministra sabia que "talento não estava limitado à classe social"
e que, "para os talentosos
triunfarem", é preciso retirar
as barreiras contra as aspirações da classe trabalhadora.
Hoje em dia, disse Murdoch, fazer um bolo maior
exige que "olhemos além de
nossas fronteiras -além até
mesmo da Europa- em busca de oportunidades".
Thatcher, 85, é um dos
principais símbolos do conservadorismo dos anos 80
(ao lado do presidente americano Ronald Reagan), e seu
governo ficou marcado pela
redução do tamanho do Estado e dos direitos trabalhistas.
"Quantas pessoas esqueceram tão rapidamente que
ela não só mudou o Reino
Unido como, ao lado de Ronald Reagan, mudou o mundo para muito, muito melhor", enfatizou o empresário
australiano, que é dono de
jornais britânicos como o "Times" e "The Sun".
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