São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Produtor paulista recebe 5% mais

A conjugação de demanda externa e interna por alimentos dá sustentação aos preços das commodities agrícolas neste segundo semestre.
Com isso, houve alta de 5,2% nos preços recebidos pelos produtores paulistas na segunda quadrissemana deste mês -acumulado das últimas quatro semanas.
Sem a cana-de-açúcar, principal produto da agropecuária paulista e, portanto, com grande peso no índice, a alta dos preços recebidos pelos produtores de São Paulo é de 8,4% no período.
Os dados são do IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da secretaria paulista da Agricultura, que acompanha os valores dos produtos vegetais e animais.
A maior alta ocorreu entre os vegetais, que subiram 5,5% nas últimas quatro semanas. Os produtos animais tiveram elevação de 4,5%.
O maior destaque entre os produtos vegetais vem do feijão. Os produtores conseguiram comercializar a leguminosa com aumento de 70% no período.
O cenário atual para o produto, no entanto, é outro. Os preços começaram a cair fortemente nesta semana, tendência que deverá ser mostrada pela pesquisa do IEA nas próximas semanas.
A laranja "in natura" acumula alta de 20%, devido à disputa pelo produto tanto de indústrias como de supermercados, segundo o IEA. Houve quebra de safra.
Entre os produtos de origem animal, o frango teve o maior reajuste, acumulando 14% em quatro semanas.
Assim como ocorre com o feijão, o preço do frango recebido pelos produtores começou a cair. Após ter atingido R$ 2 por quilo de ave viva no final de setembro, recuou para R$ 1,80 na quarta-feira.
A arroba de boi gordo vai em sentido contrário. As próximas pesquisas do IEA deverão registrar evolução média nos preços, já que a arroba atingiu R$ 102 ontem no mercado físico.

Ainda em alta A arroba de boi gordo foi negociada a R$ 102 ontem no noroeste do Estado de São Paulo, conforme acompanhamento de preços da AgraFNP. Ao atingir esse valor no mercado físico, o boi registra alta de 31% em relação a outubro de 2009.

Futuro A alta continua também no mercado futuro. O contrato de novembro foi R$ 103,9 por arroba ontem na BM&FBovespa. O de dezembro esteve a R$ 102,7%

Soja As importações de soja pela China deverão atingir 54 milhões de toneladas na safra 2010/11. Os números são do próprio governo chinês e ficam próximos das estimativas de 55 milhões feitas pelo Departamento de Agricultura dos EUA, diz a Reuters.

Queda Os preços das commodities recuaram ontem na Bolsa de Chicago, puxados pelo milho, que acumula recuo de 5% em uma semana. A queda se deve à demanda menor externa pelo cereal. A soja caiu 1%, e o trigo, 2%.

Demanda por algodão é maior e preço volta a subir

Novos sinais de dificuldades na oferta mundial de algodão e a pressão da demanda, principalmente vinda da China -um dos principais consumidores mundiais-, voltaram a dar novo suporte aos preços do produto.
Dificuldades na safra chinesa, que está com quebra de produtividade, também auxiliaram a elevação das cotações, que atingiram US$ 1,16 por libra-peso (454 gramas) ontem em Nova York. O primeiro contrato futuro teve alta de 1,3% no dia e de 69% em 12 meses.
No mercado interno, o algodão foi a R$ 2,22 por libra-peso, 8% mais do que há um mês. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Com KARLA DOMINGUES


Texto Anterior: Opinião: Petrobras no palanque
Próximo Texto: Luiz Carlos Mendonça de Barros: Acordar para uma nova agenda
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.