São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011 |
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FOCO Casa noturna 'verde' nos EUA vai gerar energia com a dança do público Temple diz que recicla ou decompõe 89% do lixo, doa todo o óleo de cozinha e economiza US$ 20 mil ao ano com práticas ecológicas FERNANDA EZABELLA ENVIADA ESPECIAL A SAN FRANCISCO (EUA) Os copos parecem de plástico mas, na verdade, são feitos de milho. Já as garrafinhas de água são de plástico mesmo. A casa noturna Temple, em San Francisco, que se vangloria de ser a mais "verde" dos EUA, e primeira a ser lançada no mundo, em 2007, é um exemplo dos desafios da correção ecológica para a indústria do entretenimento. "É uma vergonha vendermos garrafinhas de água, mas é também a realidade de tentar fazer negócio e ter uma mentalidade sustentável", disse à Folha o diretor de sustentabilidade da casa, o americano Mike Zuckerman. Na Califórnia, é proibido vender álcool depois das 2h, e a Temple fica aberta até as 4h, quando o principal consumo passa a ser água e energéticos, que rendem ao clube algumas centenas de milhares de dólares por ano. No total, a casa afirma que consegue reciclar ou decompor 89% de seu lixo, doar todo o seu óleo de cozinha e economizar US$ 20 mil (cerca de R$ 35 mil) por ano com outras práticas "verdes". "Oferecemos água de graça, vem num copo decomponível [de milho]. Mas muitas pessoas gostam da garrafinha. Dá para tampar, colocar no bolso e dançar", continua Zuckerman, que antes de ser contratado pela Temple ajudava a construir prédios ecológicos na cidade. De fato, o público não parece ter consciência das escolhas do clube, cuja decoração traz cerca de cem esculturas de templos da Ásia e nenhum drinque diferenciado ou "sustentável" no bar. Numa visita num final de semana, a reportagem conversou com meia dúzia de pessoas e ninguém tinha ideia de estar no "clube mais verde dos EUA". "É a segunda vez que venho", disse o engenheiro francês Antoine Riebaud, 33, segurando um drinque. "Este copo é de milho? Tem certeza?" Talvez isso mude quando a Temple instalar a pista de dança que gera energia a partir da dança frenética do público em cima de seu tablado. A invenção é holandesa, custa US$ 50 mil e deve chegar ainda neste ano. Texto Anterior: Roberto Rodrigues: Inovar para competir Próximo Texto: Folha.com Índice | Comunicar Erros |
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