São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2011

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Patriarca dos Gradin está no grupo desde 74

DE SÃO PAULO

O empresário Victor Gradin, patriarca da família que está lutando na Justiça com os controladores do grupo Odebrecht, é um homem de negócios discretíssimo, que ajudou o conglomerado a superar diversos momentos de dificuldade no passado.
Economista com passagens em Brasília e no governo baiano, Gradin entrou no grupo em 1974, quando foi chamado pelo engenheiro Norberto Odebrecht, fundador da organização, para ajudar a reestruturá-la num período em que suas finanças iam mal apesar da expansão dos seus negócios.
Gradin ajudou a arrumar a casa, trabalhou para que o grupo se diversificasse e entrasse no setor petroquímico e incentivou-o a dar os primeiros passos fora do país, executando suas primeiras obras no Peru e no Chile.
Gradin tornou-se sócio dos Odebrecht e ampliou sua participação na empresa que controla o grupo para cerca de 10% nas décadas seguintes, comprando ações de outros sócios minoritários e de investidores no mercado.
Em 2001, os Odebrecht fecharam o capital da empresa controladora do grupo e transferiram para ela dívidas que tinham acumulado fora do conglomerado com a rede de supermercados Bompreço e a indústria alimentícia Cica.
Como compensação pelos riscos que tiveram que assumir com a incorporação desses negócios, os acionistas minoritários do grupo Odebrecht receberam novas ações dos controladores e Gradin conseguiu com isso dobrar a fatia que tem com os filhos, atingindo os atuais 20,6%.
Não há sinais visíveis de que a amizade entre Victor e Norberto tenha sido abalada pelo conflito iniciado no ano passado. Em dezembro, os dois foram vistos juntos na reunião anual que o grupo faz em Salvador e não exibiram sinais de animosidade.
A batalha tem sido travada diretamente pelas gerações mais novas, com Marcelo Odebrecht à frente do grupo controlador e Bernardo Gradin falando em nome dos Gradin. (RB)


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