São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Rodeio tem público de futebol, mas pouco patrocínio Exploração ainda está abaixo do potencial de eventos, que receberam 4 milhões de visitantes no ano passado Organização de festas de forma fragmentada e dúvidas sobre cuidados com os animais são empecilhos para o setor CAROLINA MATOS DE SÃO PAULO Um mercado gigantesco, que mobiliza milhões de espectadores durante o ano todo, é ainda pouco explorado por patrocinadores. As 30 maiores festas de rodeio do país tiveram 4 milhões de visitantes em 2010, segundo levantamento feito pela Folha com dados de organizadores dos eventos e da PBR (Professional Bull Riders), empresa dos EUA com representação no Brasil que promove torneios de montaria em touro. O número equivale a 70% do público que assistiu, nos estádios, aos jogos da série A do Brasileiro de futebol em 2010: 5,6 milhões, segundo a consultoria BDO RCS. Mas as ações de marca feitas por empresas nesse nicho estão longe da proporção das que exploram o futebol no país -ou das que envolvem a montaria em touro nos EUA. À exceção do setor de bebidas, como a marca Brahma, só agora companhias de outros segmentos começam a investir mais nesse ramo. Entre as empresas que patrocinaram ou montaram estandes em rodeios em 2010 estão Votorantim, Germed, Petrobras, Banco do Brasil, Toyota, Mercedes e Volks. Em 2010, das 3.700 Amarok (picape média) vendidas pela Volks, metade foi comercializada a partir de negócios iniciados nos rodeios. "Nesses eventos, conseguimos atingir tanto o fazendeiro quanto os consumidores da cidade que valorizam esse estilo de vida", diz Marcelo Olival, gerente-executivo da divisão de comerciais leves da montadora. Mas a fragmentação do setor de rodeios, com cada organização focada na sua festa, dificulta ações de marca coordenadas em vários eventos, dizem companhias. Além disso, o questionamento sobre maus-tratos contra os animais ainda pesa na decisão de patrocínio, de acordo com os próprios organizadores das festas. "Os grandes eventos acabam pagando pela má conduta de alguns rodeios pequenos", diz Rodrigo Costa, gerente comercial do Ribeirão Rodeo Music. "Mas é questão de tempo para que as empresas percebam que os eventos profissionais são 100% seguros para os animais e as marcas." Nas festas de rodeio, o público não paga só para ver as montarias, que dão prêmio cada vez maiores. CAMAROTE Os ingressos, que podem chegar a R$ 1.500 em pacotes que incluem camarotes VIPs, também dão direito a shows musicais, até com atrações internacionais, e boates. Além disso, muitos eventos, como a ExpoLondrina (PR), também têm áreas só para negócios -como para leilões de animais e estandes de vendas de empresas. "Com tantas atrações, há eventos em que as pessoas ficam 16 horas seguidas", diz Guilherme Marconi, presidente da Santarena, empresa de entretenimento especializada no segmento "country". Considerando festas de rodeio de todos os tamanhos, a Cnar (confederação nacional do setor) estima que haja 1.800 no país. A Cnar também calcula que tenham sido feitos cerca de 30 milhões de visitas a esses eventos em 2009, com movimentação total de US$ 3 bilhões -incluindo gastos dos turistas fora dos recintos das festas, como em hotéis. FOLHA.com Veja como é o trabalho de organização de um rodeio folha.com.br/mm903225 Texto Anterior: Saiba mais: Embalagens já são banidas em cidades do país Próximo Texto: Competição: Peão ganhou R$ 1 mi em quatro anos Índice | Comunicar Erros

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