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Reforma prevê modelo parecido com o dos EUA
DE SÃO PAULO
A reforma das agências no
país prevê a criação de uma
comissão que fiscalizará as
decisões dos reguladores sistematicamente. Ela contará
com integrantes do Congresso, do Executivo e de órgãos
de defesa do consumidor.
Além disso, as reuniões do
conselho diretor deverão ser
abertas nas dez agências e todos os documentos publicados na internet.
Esse modelo é parecido
com o dos EUA, onde a vigilância das decisões tomadas
pelas agências já fez surgir
até um mercado paralelo.
Lá existem escritórios de
advocacia cuja receita está
totalmente baseada na prestação de serviços aos órgãos
de defesa do consumidor que
se dedicam ao monitoramento integral das decisões das
agências reguladoras.
É o que afirma Floriano de
Azevedo Marques, advogado
especializado no assunto.
Para ele, só a plena divulgação pode restringir os conflitos éticos dentro das agências. "Quando as decisões
ocorrem de portas abertas
um conselheiro fica mais exposto e pensa duas vezes antes de tomar uma medida."
MENOS INDEPENDÊNCIA
Como nos EUA, as agências europeias também são
monitoradas por representantes do Executivo e do Legislativo para evitar favorecimentos às concessionárias.
"Não há nada de errado
em mudar de lado [passar para a iniciativa privada]. O que
não pode é o funcionário na
agência tomar decisões sem
respaldo técnico que favoreçam empresas onde, porventura, ele irá trabalhar", diz
Azevedo Marques.
Recentemente, um ex-conselheiro do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa
Econômica), conhecido por
decisões severas contra empresas, aprovou a compra de
uma operadora de telefonia
com restrições brandas.
Ao término de seu mandato, ele foi trabalhar para um
escritório de advocacia que
tem entre seus clientes a
companhia de telefonia compradora. Apesar de estar fundamentada, sua decisão gerou desconfiança e causa dúvidas até hoje.
(JW)
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