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commodities
Vale sozinha fará usina no Pará para atender mercado interno
Siderúrgica exportará placas de aço e suprirá mercados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste
Com investimento de cerca de R$ 5,8 bilhões, projeto da Vale não despertou o interesse
de investidores do setor
PEDRO SOARES
DO RIO
FÁBIO AMATO
ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ
Após forte pressão do governo, a Vale começou ontem as obras da siderúrgica
Alpa (Aços Laminados do Pará), com duas diferenças em
relação a outros três investimentos da empresa no setor
no país: a usina não terá sócios na produção de aço bruto e atenderá também ao
mercado doméstico.
Com investimento de cerca de R$ 5,8 bilhões, o projeto
não despertou o interesse de
investidores do setor.
A decisão de bancar o empreendimento sem sócios foi
tomada, em grande parte,
para atender ao pleito do governo de valorizar a extração
de minério de ferro na região
sul do Pará, a maior produtora do país.
No lançamento das obras,
o presidente da Vale, Roger
Agnelli, reconheceu o peso
do governo na decisão de
construir a usina.
"[Este] É mais um projeto
de siderurgia que a Vale está
tocando no Brasil, mas acho
que ele tem a sua marca [Lula], a marca da governadora
Ana Julia [Carepa], que tanto
insistiu, tanto batalhou para
nos ajudar a viabilizar esse
projeto", disse ele, na presença do presidente Lula.
Ao todo, a Vale investe R$
23 bilhões em quatro siderúrgicas. Em dois dos projetos
-CSA, inaugurada na sexta-feira passada no Rio de Janeiro, e CSP, no Ceará-, a mineradora tem sócios estrangeiros e busca um parceiro para
a CSU, no Espírito Santo.
OPERAÇÃO EM 2014
Os investimentos em siderurgia serão destaque no plano de negócios da mineradora até 2014, a ser divulgado e
que, segundo analistas, pode
chegar a US$ 90 bilhões.
Todas as usinas entrarão
em operação até 2014 e serão
voltadas para a exportação
de placas (aço bruto) a serem
laminadas e transformadas
em produtos acabados (bobinas, chapas finas etc.) no exterior.
A exceção é Alpa: a usina
produzirá 2,5 milhões de toneladas de placas para exportação e 1,3 milhão de produtos laminados para atender aos mercados do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, supridos hoje por importações.
Na área de laminação a
Vale terá como sócia a Aço
Cearense, maior distribuidora de aço daquelas regiões.
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