São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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commodities

Vale sozinha fará usina no Pará para atender mercado interno

Siderúrgica exportará placas de aço e suprirá mercados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste

Com investimento de cerca de R$ 5,8 bilhões, projeto da Vale não despertou o interesse de investidores do setor


PEDRO SOARES
DO RIO
FÁBIO AMATO
ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ

Após forte pressão do governo, a Vale começou ontem as obras da siderúrgica Alpa (Aços Laminados do Pará), com duas diferenças em relação a outros três investimentos da empresa no setor no país: a usina não terá sócios na produção de aço bruto e atenderá também ao mercado doméstico.
Com investimento de cerca de R$ 5,8 bilhões, o projeto não despertou o interesse de investidores do setor.
A decisão de bancar o empreendimento sem sócios foi tomada, em grande parte, para atender ao pleito do governo de valorizar a extração de minério de ferro na região sul do Pará, a maior produtora do país.
No lançamento das obras, o presidente da Vale, Roger Agnelli, reconheceu o peso do governo na decisão de construir a usina.
"[Este] É mais um projeto de siderurgia que a Vale está tocando no Brasil, mas acho que ele tem a sua marca [Lula], a marca da governadora Ana Julia [Carepa], que tanto insistiu, tanto batalhou para nos ajudar a viabilizar esse projeto", disse ele, na presença do presidente Lula.
Ao todo, a Vale investe R$ 23 bilhões em quatro siderúrgicas. Em dois dos projetos -CSA, inaugurada na sexta-feira passada no Rio de Janeiro, e CSP, no Ceará-, a mineradora tem sócios estrangeiros e busca um parceiro para a CSU, no Espírito Santo.

OPERAÇÃO EM 2014
Os investimentos em siderurgia serão destaque no plano de negócios da mineradora até 2014, a ser divulgado e que, segundo analistas, pode chegar a US$ 90 bilhões.
Todas as usinas entrarão em operação até 2014 e serão voltadas para a exportação de placas (aço bruto) a serem laminadas e transformadas em produtos acabados (bobinas, chapas finas etc.) no exterior.
A exceção é Alpa: a usina produzirá 2,5 milhões de toneladas de placas para exportação e 1,3 milhão de produtos laminados para atender aos mercados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, supridos hoje por importações.
Na área de laminação a Vale terá como sócia a Aço Cearense, maior distribuidora de aço daquelas regiões.


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