São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Desemprego recua para 7% em junho

Para o IBGE, menor procura por ocupação explica o resultado, uma vez que o mercado não gerou novas vagas

É a menor marca para esse mês desde 2002; o rendimento médio, na comparação com maio, registrou alta de 0,5%


Alessandro Shinoda/Folhapress
Homem expõe ofertas de vaga no centro de São Paulo; IBGE registra recuo no desemprego

PEDRO SOARES
DO RIO

Sob impacto da menor procura por trabalho, a taxa de desemprego das seis maiores regiões metropolitanas do país caiu de 7,5% em maio para 7% em junho.
É a menor marca para esse mês desde 2002, quando teve início a série histórica do IBGE. Na média do primeiro semestre, a taxa ficou em 7,3%, também a mais baixa para o período.
Ao contrário do esperado para junho -quando sazonalmente a economia começa a se acelerar-, o mercado não gerou novas vagas.
Mas, mesmo assim, o desemprego caiu graças à redução da busca por colocação. O número de ocupados ficou estável de maio para junho.
Segundo Cimar Azeredo Pereira, esse cenário é um reflexo do período de férias, quando menos pessoas procuram trabalho. Reflete ainda o aumento do rendimento familiar -que desestimula membros secundários da família a se empregarem.
Pelos dados do IBGE, o rendimento médio voltou a crescer em junho e subiu 0,5% na comparação com maio. Em relação a junho de 2009, a alta foi de 3,4%.
Para Fábio Romão, economista da consultoria LCA, a freada da ocupação já sinaliza a desaceleração do ritmo de atividade da economia como um todo, após um primeiro semestre muito forte.
"A economia cresce num ritmo mais brando, e isso já se refletiu no mercado de trabalho no que diz respeito à ocupação", afirmou.
O economista se disse "surpreso" com a saída de pessoas do mercado de trabalho em junho -o que provocou a queda da taxa de desemprego em razão da queda de 0,5% da PEA (População Economicamente Ativa) de maio para junho.
Diz, porém, que a economia ainda está aquecida e que é cedo para "falar em desalento".
Romão ressalta, porém, que o número de contratações perdeu força na comparação com 2009, quando o país sofria os efeitos da crise. Ante junho do ano passado, a ocupação cresceu 3,5%, ritmo menos intenso do que em meses anteriores.
Já Azeredo Pereira, do IBGE, destaca como ponto positivo o crescimento expressivo do contingente de trabalhadores com carteira assinada -alta de 7,1% ante junho de 2009.
Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, "o mercado de trabalho continua forte, apesar da estabilidade nas contratações".
Graças à expansão da renda, a massa de rendimentos se manteve em alta -0,3% em relação a maio, com ajuste sazonal, e 6,9% ante junho de 2009- e seguirá a estimular o consumo, segundo ele.


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