commodities

Vale usa SP para dominar a logística do agronegócio

Investimento de R$ 3,5 bilhões é o maior já feito pela companhia no Estado

Além de terminal para 16 milhões de t, projeto prevê estrutura para açúcar e grãos no interior de SP e de MG

AGNALDO BRITO
FELIPE VANINI BRUNING
DE SÃO PAULO

A Vale vai usar São Paulo para ampliar a fatia na logística do agronegócio brasileiro. O meio que a empresa utilizará para atingir o objetivo é a reprodução do modelo que construiu para o transporte de minério, já utilizado no porto de Tubarão (ES).
Para isso, a companhia anunciou ontem a construção de um novo terminal para embarque de açúcar e de grãos (soja e milho) no porto de Santos, o maior do país.
Hoje, a companhia opera apenas um terminal de fertilizantes, em Cubatão (SP).
O projeto, orçado em R$ 3,5 bilhões, vai elevar mais do que cinco vezes a capacidade de movimentação do terminal, de 3 milhões para 16 milhões de toneladas anuais.
Esse é o maior pacote de investimento já anunciado pela Vale em São Paulo. O protocolo de intenções foi assinado ontem pela Vale e o governador Geraldo Alckmin.
"Como maior produtor de cana-de-açúcar, esse investimento é estratégico para o estado", afirmou Paulo Alexandre Barbosa, secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo.
A decisão traz para o Estado um sistema logístico com novos terminais e capaz de descarregar oito vagões por vez.
Hoje, os trens da FCA (Ferrovia Centro Atlântica), companhia ferroviária da Vale, demoram 48 horas para sair de Santos. A companhia promete um sistema capaz de liberar uma composição em apenas seis horas.
Segundo Marcello Spinelli, diretor de logística de carga geral, a Vale promete montar um sistema veloz de transporte ferroviário, que dará escala e retorno econômico.
Para isso, a estrutura idealizada pela companhia exigirá mais do que a remodelação do terminal, em Cubatão.
O projeto prevê a construção de mais três berços para atracação de navios. A Vale ampliará em 11 quilômetros a malha ferroviária dentro do porto, além de construir um terminal para armazenagem de até 450 mil toneladas.
Em paralelo, a empresa construirá quatro terminais para receber açúcar e grãos no interior de Minas Gerais e de São Paulo.
Combinados, os projetos de expansão do porto até 2015 vão ampliar a capacidade atual de movimentação de 80 milhões de toneladas para 180 milhões de toneladas.


Texto Anterior: Internet: Brasil é 6º com mais usuários no Google+
Próximo Texto: Análise: Commodities ainda devem dar novo fôlego à inflação
Índice | Comunicar Erros