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FINANÇAS PESSOAIS
MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br
Nossa missão é informar, mas a escolha é sempre do consumidor
Nesta coluna vamos apresentar, com alguma frequência, explicações sobre produtos e serviços financeiros oferecidos no mercado.
O discurso de venda apresentado pelos agentes comerciais tende a enfatizar
apenas os aspectos positivos
do produto.
Normalmente, são omitidas informações relacionadas a riscos, a custos e a impostos, evitando, dessa forma, trazer à tona informações que possam atrapalhar
a argumentação de venda.
Essa será sempre a minha
missão: apresentar os produtos e serviços sob a ótica de
quem compra -e não de
quem vende. Apresentar todas as características, como
elas são, sem omissões que
possam comprometer a avaliação e a tomada de decisão
do consumidor.
Costumo dizer que indivíduos, famílias e empresas
precisam de produtos e serviços financeiros durante os diversos ciclos de suas vidas.
Muito mais valia haveria para todos nós, compradores e
vendedores, se o discurso de
venda fosse sempre completo, isento, sem viés, alinhado
com a necessidade de quem
compra e paga por eles.
Não será meu papel, entretanto, fazer julgamento de
valor e dizer se você deve ou
não comprar este ou aquele
produto ou serviço. O que faz
sentido para uns pode não
fazer nenhum sentido para
outros.
Além da decisão de comprar ou não, haverá ainda a
escolha do tipo, da quantidade, do custo, que pode variar
bastante de uma pessoa ou
família para outra. Nosso objetivo é ajudá-lo a tomar a decisão -e não decidir por você. Ninguém melhor do que
você para saber o que é melhor, o que faz mais sentido
para o seu caso, o seu orçamento, o seu ciclo de vida.
ESCLARECIMENTOS
Um dos últimos artigos publicados nesta coluna gerou
uma série de mensagens de
empresas administradoras
de consórcios visando corrigir ou complementar o tema.
Não foi minha intenção
criticar os consórcios e houve
um equívoco em uma das informações prestadas. Sendo
assim, volto ao assunto para
mais esclarecimentos.
A taxa de administração
cobrada nos consórcios não é
anual, como informado. Ela é
calculada sobre o valor do
bem e dividida pelo prazo de
duração do grupo.
Assim, a cobrança de 15%
em um grupo de 60 meses,
por exemplo, representa 3%
ao ano, ou 0,25% ao mês.
Complementando a informação relativa aos participantes que deixam de pagar
suas contribuições, cabe informar que os consorciados
excluídos de grupos constituídos a partir de fevereiro de
2009 participam dos sorteios
regularmente e, à medida
que são sorteados, têm o direito de resgatar os valores
pagos, observadas as penalidades contratuais aplicáveis.
Vamos rever as alternativas: comprar à vista agora,
poupar para comprar à vista
depois, financiar ou aderir a
um consórcio.
1) Quem tem pressa e dinheiro, pode comprar à vista,
com a oportunidade de negociar o preço.
2) Quem tem pressa e não
tem dinheiro talvez opte pelo
financiamento (CDC) ou leasing (arrendamento mercantil), pagando juros sobre um
preço normalmente maior do
que o preço para pagamento
à vista.
3) Quem não tem pressa
nem dinheiro pode optar pela compra planejada, fazendo aportes mensais em um
consórcio. Cada aporte é convertido em percentual do
preço do bem, periodicamente atualizado, para que o valor da carta de crédito, obtida
por sorteio ou por lance, seja
suficiente para a compra do
bem. Seu custo será a taxa de
administração.
4) Quem não tem pressa
nem dinheiro também pode
fazer aplicações mensais e
acumular recursos suficientes para comprar o bem à vista, em algum tempo. Você receberá juros que tendem a repor a elevação do preço da
mercadoria enquanto acumula seus recursos.
Qual é a melhor opção?
Você decide.
MARCIA DESSEN, Certified Financial
Planner, é sócia e diretora-executiva do
BMI Brazilian Management Institute,
professora convidada da Fundação Dom
Cabral e cofundadora do Instituto
Brasileiro de Certificação de Profissionais
Financeiros.
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