São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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FINANÇAS PESSOAIS

MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Nossa missão é informar, mas a escolha é sempre do consumidor

Nesta coluna vamos apresentar, com alguma frequência, explicações sobre produtos e serviços financeiros oferecidos no mercado.
O discurso de venda apresentado pelos agentes comerciais tende a enfatizar apenas os aspectos positivos do produto.
Normalmente, são omitidas informações relacionadas a riscos, a custos e a impostos, evitando, dessa forma, trazer à tona informações que possam atrapalhar a argumentação de venda.
Essa será sempre a minha missão: apresentar os produtos e serviços sob a ótica de quem compra -e não de quem vende. Apresentar todas as características, como elas são, sem omissões que possam comprometer a avaliação e a tomada de decisão do consumidor.
Costumo dizer que indivíduos, famílias e empresas precisam de produtos e serviços financeiros durante os diversos ciclos de suas vidas.
Muito mais valia haveria para todos nós, compradores e vendedores, se o discurso de venda fosse sempre completo, isento, sem viés, alinhado com a necessidade de quem compra e paga por eles.
Não será meu papel, entretanto, fazer julgamento de valor e dizer se você deve ou não comprar este ou aquele produto ou serviço. O que faz sentido para uns pode não fazer nenhum sentido para outros.
Além da decisão de comprar ou não, haverá ainda a escolha do tipo, da quantidade, do custo, que pode variar bastante de uma pessoa ou família para outra. Nosso objetivo é ajudá-lo a tomar a decisão -e não decidir por você. Ninguém melhor do que você para saber o que é melhor, o que faz mais sentido para o seu caso, o seu orçamento, o seu ciclo de vida.

ESCLARECIMENTOS
Um dos últimos artigos publicados nesta coluna gerou uma série de mensagens de empresas administradoras de consórcios visando corrigir ou complementar o tema.
Não foi minha intenção criticar os consórcios e houve um equívoco em uma das informações prestadas. Sendo assim, volto ao assunto para mais esclarecimentos.
A taxa de administração cobrada nos consórcios não é anual, como informado. Ela é calculada sobre o valor do bem e dividida pelo prazo de duração do grupo.
Assim, a cobrança de 15% em um grupo de 60 meses, por exemplo, representa 3% ao ano, ou 0,25% ao mês.
Complementando a informação relativa aos participantes que deixam de pagar suas contribuições, cabe informar que os consorciados excluídos de grupos constituídos a partir de fevereiro de 2009 participam dos sorteios regularmente e, à medida que são sorteados, têm o direito de resgatar os valores pagos, observadas as penalidades contratuais aplicáveis.
Vamos rever as alternativas: comprar à vista agora, poupar para comprar à vista depois, financiar ou aderir a um consórcio.
1) Quem tem pressa e dinheiro, pode comprar à vista, com a oportunidade de negociar o preço.
2) Quem tem pressa e não tem dinheiro talvez opte pelo financiamento (CDC) ou leasing (arrendamento mercantil), pagando juros sobre um preço normalmente maior do que o preço para pagamento à vista.
3) Quem não tem pressa nem dinheiro pode optar pela compra planejada, fazendo aportes mensais em um consórcio. Cada aporte é convertido em percentual do preço do bem, periodicamente atualizado, para que o valor da carta de crédito, obtida por sorteio ou por lance, seja suficiente para a compra do bem. Seu custo será a taxa de administração.
4) Quem não tem pressa nem dinheiro também pode fazer aplicações mensais e acumular recursos suficientes para comprar o bem à vista, em algum tempo. Você receberá juros que tendem a repor a elevação do preço da mercadoria enquanto acumula seus recursos. Qual é a melhor opção? Você decide.


MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.


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