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Investidor segue com aplicações inadequadas
No Itaú, 40% têm perfil e carteira compatíveis
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
A maioria dos investidores
brasileiros continua com
aplicações financeiras inadequadas para o seu perfil de
risco, mesmo após sete meses da implantação da API
(Análise do Perfil de Risco)
pelos grandes bancos.
Conhecida como regra de
"suitability" (adequação, em
inglês), a API foi implantada
em janeiro em cumprimento
a um acordo de autorregulação dos bancos para evitar
que os gerentes "empurrem"
produtos que não atendam
aos interesses do cliente.
O principal instrumento é
um questionário, que depois
é cruzado com as aplicações
do investidor. A adesão do
cliente é voluntária.
O banco Itaú Unibanco,
que iniciou em setembro de
2009 a aplicação dos questionários, descobriu que apenas
40% dos clientes que responderam à série de perguntas
até agosto tinham aplicações
compatíveis com sua personalidade e momento de vida.
A maioria dos clientes do
banco seguia "desenquadrada": 31% eram conservadores demais e 29% estavam
com aplicações mais agressivas do que o que seria recomendado.
Em janeiro, data da última
pesquisa, só 35% dos clientes
tinham aplicações compatíveis com seu perfil.
À época, 40% da clientela
do Itaú Unibanco tinha aplicações conservadoras e 25%,
investimentos com risco
maior do que o indicado por
seu perfil.
Para Claudio Sanches, diretor de Investimentos do
banco, houve uma leve melhora ao longo do ano no número de clientes com investimentos adequados ao perfil
de risco.
Entretanto, ainda é cedo
para saber se essa melhora é
reflexo de uma mudança na
carteira ou se está mais relacionada ao perfil das pessoas
que responderam ao questionário recentemente.
O banco tem procurado os
clientes "desenquadrados"
para sugerir uma estratégia
mais adequada.
No Santander, 70% dos
clientes têm investimentos
conservadores (fundos DI,
renda fixa, poupança e CDB),
enquanto os questionários
de perfil de risco sugerem
que apenas 25% têm perfil de
fato conservador.
RECEPTIVIDADE
Aquiles Mosca, estrategista de Investimentos do Santander, afirma que 50% dos
clientes têm perfil moderado,
mas só 20% da clientela tem
investimentos nessa faixa de
risco. Os investidores considerados agressivos são 25%
do total, mas os investimentos realmente arriscados não
passam de 10% no banco.
"Há mais investidores com
perfil moderado e agressivo
do que a gente imaginava. Só
que a carteira desses investidores está ao contrário. Estamos ligando para esse investidor e convidando-o para
conversar sobre diversificação de investimentos", afirmou Mosca.
Segundo Sanches, o Itaú
presta consultoria financeira
aos clientes "desenquadrados", momento no qual se
discute a carteira e são sugeridas alternativas de investimento.
"A assessoria financeira
personalizada é essencial. É
possível analisar a carteira
do cliente de forma mais
abrangente, e não só aquela
alocada no Itaú. O processo
tem sido muito bem recebido
pelos clientes", disse.
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