São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Senado francês aprova nova previdência
Texto polêmico foi aprovado por 177 votos a 153 graças aos centristas; votação definitiva ocorrerá na quarta-feira
DANIELA FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS Após três semanas de debates, o Senado francês aprovou ontem -por 177 votos a favor e 153 contra- a polêmica reforma da previdência, que prevê o aumento da idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos. O governo conseguiu a adoção do texto, que provoca greves e protestos nas ruas há semanas, graças ao apoio dos senadores centristas. A reforma está em sua reta final e deverá ser definitivamente votada na quarta-feira, o que abre caminho para a promulgação da lei pelo presidente Nicolas Sarkozy. Já na segunda-feira, o projeto passará por uma comissão mista de deputados e senadores que irão harmonizar os textos votados, antes do chamado voto solene. A reforma da previdência, considerada a principal do mandato de Sarkozy, fixa ainda a ampliação de 65 para 67 anos para ter direito à aposentadoria integral, no caso dos trabalhadores que não atingiram o tempo de contribuição exigido, que é atualmente de 40,5 anos. O governo realizou pouquíssimas alterações no texto, desde o início da votação na Câmara dos Deputados, em setembro. Uma delas foi a de manter em 65 anos o direito à aposentadoria integral das pessoas com mais de três filhos ou que tenham crianças portadoras de deficiência, mesmo que o tempo de contribuição não tenha sido atingido. "Sem o aumento da idade para aposentadoria, não é possível haver equilíbrio financeiro", declarou ontem o ministro do Trabalho, Eric Woerth, aos senadores. Neste ano, o deficit do sistema de aposentadorias na França atingirá 32 bilhões. AGRADECIMENTO Para defender a reforma, o governo alega que o rombo atingirá 70 bilhões em 2030. "Chegará o dia em que os adversários do passado serão gratos ao presidente por ter tido a coragem de assumir totalmente sua responsabilidade", afirmou Woerth, provocando risos de senadores da oposição. Os debates duraram cerca de 140 horas, o que representou uma das mais longas votações do Senado em mais de 50 anos. O governo, que conseguiu acelerar a votação por meio de um dispositivo constitucional, espera que a aprovação no Senado permita diminuir os protestos nas ruas e as greves, que se intensificaram nesta semana. A aposta do governo parece se confirmar: uma pesquisa de opinião do Instituto OpinionWay para o jornal "Le Figaro", divulgada ontem à noite, após a votação do projeto no Senado, revela que 56% dos franceses desejam que os sindicatos "respeitem o voto dos parlamentares" quando a reforma for adotada. Mas os sindicatos afirmam que o conflito vai continuar. As 12 refinarias do país continuam em greve. INCIDENTES Ontem, houve incidentes durante o desbloqueio, pela polícia, da refinaria de Grand Puits, nos arredores de Paris, que representa 70% dos combustíveis consumidos em Paris e na sua periferia. Ainda falta combustível em 20% dos postos de gasolina do país neste início, hoje, das férias escolares. Texto Anterior: Empresa e Apple fazem "batalha de marketing" Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |