São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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Público de jornal impresso é 46% maior que o da internet

Pesquisa do Datafolha mostra gargalo no crescimento do acesso à rede

Especialistas do setor avaliam que preço alto da banda larga freia a expansão entre as camadas mais pobres

DE SÃO PAULO

O número de brasileiros que se informam por jornais impressos supera o dos que leem notícias na internet em 46%. São 73 milhões os que acompanham as edições em papel, ante 50 milhões que seguem os textos on-line.
Quando se consideram só as classes ABC, a vantagem passa a 50%, mostra pesquisa feita em março e abril pelo Datafolha em todo o país (leia texto nesta página).
O levantamento indica que o acesso à internet no país parou de crescer após sete anos de expansão ininterrupta.
Entre 2003 e 2010, a parcela da população que costuma usar a rede mais que dobrou, de 21% para 49%. Em 2011 o índice passou a 46%, uma oscilação dentro da margem de erro do levantamento (de 2% para mais ou para menos).

PREÇO E SATURAÇÃO
Especialistas do setor apresentam duas explicações para o fenômeno. Uma é a dificuldade das operadoras de levar ofertas a cidades afastadas dos grandes centros urbanos onde já existe infraestrutura, mas não renda suficiente para sustentar uma operação comercial.
"Há um problema de oferta nessas regiões", diz Juarez Quadros, ex-ministro das Comunicações e sócio da Órion Consultores. "Mesmo reduzindo o preço, a população não teria como pagar."
Por isso, o investimento se concentra em locais habitados pelas classes AB. Porém elas dão sinais de saturação: há três anos, a parcela dos que acessam a rede nessas classes gira em torno de 73%.
Nas classes CDE houve uma explosão de acessos a partir de 2005, quando o governo federal concedeu isenção de PIS e Cofins aos computadores. Mas o crescimento cessou entre 2009 e 2011.
Outro fator que restringe a expansão, segundo os especialistas, é a falta de estímulos à competição. O mercado está concentrado em poucas empresas (na maioria concessionárias de telefonia fixa) e há poucas cidades com mais de um competidor.
Apesar das barreiras, o país avançou. Em levantamento de 2011 realizado pela ONU, o Brasil subiu 14 posições no ranking de preço médio da banda larga fixa, para a 56ª colocação entre 165 países alinhados do mais barato ao mais caro.



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