São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

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Aluguel bate novo recorde de alta em SP

Contratos novos residenciais sobem 14,6% em 12 meses; IGP-M, que baliza locações em andamento, varia 11,5%

Demanda deve seguir aquecida com confiança dos consumidores na permanência no emprego e alta na renda

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

O mercado de aluguel residencial na capital paulista continua em trajetória de alta. Os contratos novos de locação assinados em janeiro tiveram aumento médio de 14,6% nos últimos 12 meses, batendo novo recorde na série histórica iniciada em janeiro de 2005.
Os dados do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo apontam que, no primeiro mês do ano, houve alta de 1,2% ante os valores negociados em dezembro, que já havia registrado acréscimo ainda maior (1,9%).
Para quem continua no mesmo imóvel, os gastos com habitação também estão crescendo. O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que baliza a maioria dos contratos em andamento, acumula variação de 11,5% nos 12 meses até janeiro, percentual que será usado para aqueles que fazem aniversário em fevereiro.
Hilton Pecorari Baptista, diretor de locação do Secovi-SP, destaca a forte demanda, principalmente por imóveis econômicos.

UM QUARTO
Em janeiro, as unidades "de um dormitório próximas a faculdades costumam ficar ainda mais caras devido à procura de estudantes" após a divulgação de aprovação no vestibular. No mês passado, as moradias de um quarto subiram, na média, 1,5%.
João da Rocha Lima Jr., professor titular de "real estate", núcleo que faz parte da Poli da USP (Universidade de São Paulo), ressalta que, mesmo com as facilidades para a compra da casa própria, "sempre haverá público para a locação residencial".
Esse grupo vai desde investidores que preferem deixar o dinheiro em aplicações até consumidores que não têm um valor de entrada suficiente para conseguir o financiamento bancário.
Há ainda quem não se sente seguro para tomar um crédito que vai comprometer parte do salário mensal por até três décadas.
Nas grandes metrópoles, como São Paulo, há ainda alta rotatividade, o que torna a locação um negócio ainda mais interessante para investidores. Vale lembrar ainda que as mudanças na Lei do Inquilinato, no início do ano passado, facilitaram a retomada do imóvel em caso de inadimplência do inquilino.
No primeiro mês do ano, casas e sobrados foram alugados mais rapidamente, levando, em média, de 12 a 29 dias para serem locados. Já o intervalo para apartamentos ficou entre 18 e 38 dias.

CONSTRUÇÃO
Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV (Fundação Getulio Vargas), destaca que a população continua confiante no cenário econômico, com manutenção no emprego e aumento da renda.
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), também divulgado ontem e um dos componentes do IGP-M, registrou alta de 7,46% em 12 meses. A falta de pessoal qualificado, diz, vai continuar elevando o valor da mão de obra, que tem peso de 49% no indicador.


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