São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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Investimentos superam nível pré-crise

Segundo BNDES, indústria, infraestrutura e construção civil têm projetos que somam R$ 1,3 tri para até 2013

26% serão aplicados em petróleo e gás; banco defende maior atuação de instituições privadas no estímulo ao crédito

JANAINA LAGE
DO RIO

Os planos de investimento da indústria e do setor de infraestrutura já superam o patamar anterior à explosão da crise econômica mundial, em setembro de 2008.
Levantamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mostra que os projetos da indústria e da infraestrutura para o período de 2010 a 2013 somam R$ 859 bilhões.
Incluindo a projeção para a construção civil, o montante soma R$ 1,324 trilhão.
Em agosto de 2008, os empresários previam investimentos de R$ 781 bilhões para 2009 a 2012. Segundo Ernani Torres, superintendente de Pesquisa e Acompanhamento do BNDES, os números mostram a retomada da confiança, apesar do cenário externo pouco favorável.
O banco incluiu, pela primeira vez, no seu mapa de investimentos, as projeções para o setor de edificações.
Até 2013, o BNDES identificou investimentos de R$ 465 bilhões. O número engloba o programa Minha Casa, Minha Vida e as construções relacionadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas.
O principal destaque é o setor de petróleo e gás, que tem aumentado sua projeção de aplicação de recursos em razão do pré-sal. Em dezembro do ano passado, a previsão era de R$ 295 bilhões, mas foi revista, no fim de abril, para R$ 340 bilhões.

REGULAÇÃO
O banco destaca, entretanto, que um dos fatores que podem interferir no cronograma de investimentos é o projeto de lei em tramitação no Congresso para alterar o marco regulatório do setor.
Os cálculos do banco consideram projeções de crescimento da economia no longo prazo. O BNDES vê alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 6,2% em 2010 e de 5,2% ao ano até 2015. A taxa de investimentos deve encerrar este ano em 19% do PIB e pode alcançar os 22,2% em 2014.
De modo geral, as previsões indicam um ritmo de expansão dos investimentos maior nos setores voltados para o mercado interno. Eles devem crescer 8,3% ao ano.
Já os setores voltados para o mercado externo, mais sensíveis à eventual piora da crise nos países mais ricos, devem ter alta de 4,9% ao ano.
Na infraestrutura, o banco incluiu o projeto do trem de alta velocidade, estimado em R$ 30 bilhões, mas afirma que o valor pode ser maior com gastos feitos após 2013.
Apesar dos prognósticos favoráveis, Torres afirma que um dos maiores problemas para a economia é o avanço do deficit em conta corrente.
Ele também cita a necessidade de ampliação do crédito de longo prazo. Na crise, o BNDES foi responsável por sustentar o investimento, mas o banco quer agora atuação maior do setor privado.
Torres diz que a estabilização da economia só será completa quando houver um mercado de crédito de longo prazo no país.


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