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Investimentos superam nível pré-crise
Segundo BNDES, indústria, infraestrutura e construção civil têm projetos que somam R$ 1,3 tri para até 2013
26% serão aplicados em petróleo e gás; banco defende maior atuação de instituições privadas no estímulo ao crédito
JANAINA LAGE
DO RIO
Os planos de investimento
da indústria e do setor de infraestrutura já superam o patamar anterior à explosão da
crise econômica mundial,
em setembro de 2008.
Levantamento do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mostra que os projetos
da indústria e da infraestrutura para o período de 2010 a
2013 somam R$ 859 bilhões.
Incluindo a projeção para
a construção civil, o montante soma R$ 1,324 trilhão.
Em agosto de 2008, os empresários previam investimentos de R$ 781 bilhões para 2009 a 2012. Segundo Ernani Torres, superintendente
de Pesquisa e Acompanhamento do BNDES, os números mostram a retomada da
confiança, apesar do cenário
externo pouco favorável.
O banco incluiu, pela primeira vez, no seu mapa de investimentos, as projeções para o setor de edificações.
Até 2013, o BNDES identificou investimentos de R$ 465
bilhões. O número engloba o
programa Minha Casa, Minha Vida e as construções relacionadas à Copa do Mundo
e às Olimpíadas.
O principal destaque é o
setor de petróleo e gás, que
tem aumentado sua projeção
de aplicação de recursos em
razão do pré-sal. Em dezembro do ano passado, a previsão era de R$ 295 bilhões,
mas foi revista, no fim de
abril, para R$ 340 bilhões.
REGULAÇÃO
O banco destaca, entretanto, que um dos fatores que
podem interferir no cronograma de investimentos é o
projeto de lei em tramitação
no Congresso para alterar o
marco regulatório do setor.
Os cálculos do banco consideram projeções de crescimento da economia no longo
prazo. O BNDES vê alta do
PIB (Produto Interno Bruto)
de 6,2% em 2010 e de 5,2% ao
ano até 2015. A taxa de investimentos deve encerrar este
ano em 19% do PIB e pode alcançar os 22,2% em 2014.
De modo geral, as previsões indicam um ritmo de expansão dos investimentos
maior nos setores voltados
para o mercado interno. Eles
devem crescer 8,3% ao ano.
Já os setores voltados para
o mercado externo, mais sensíveis à eventual piora da crise nos países mais ricos, devem ter alta de 4,9% ao ano.
Na infraestrutura, o banco
incluiu o projeto do trem de
alta velocidade, estimado em
R$ 30 bilhões, mas afirma
que o valor pode ser maior
com gastos feitos após 2013.
Apesar dos prognósticos
favoráveis, Torres afirma que
um dos maiores problemas
para a economia é o avanço
do deficit em conta corrente.
Ele também cita a necessidade de ampliação do crédito
de longo prazo. Na crise, o
BNDES foi responsável por
sustentar o investimento,
mas o banco quer agora atuação maior do setor privado.
Torres diz que a estabilização da economia só será
completa quando houver um
mercado de crédito de longo
prazo no país.
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