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Telefónica "sai" da PT para garantir Vivo
Espanhóis venderam ações da Portugal Telecom a investidores que se comprometeram a votar pela venda da Vivo
Assembleia para decidir futuro da operadora brasileira ocorre no dia 30; Telefónica deverá aumentar sua oferta
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A Telefónica realizou mais
uma manobra para tentar aumentar suas chances de comprar a Vivo da PT (Portugal
Telecom).
Ambas são sócias da operadora brasileira com 30% de
participação cada uma.
Ontem, os espanhóis venderam 8% das ações com direito a voto que detinham da
PT, restando 2,02%. Planejavam a venda de mais um bloco de ações, mas desistiram.
A Folha apurou que esses
papéis foram vendidos a investidores que se comprometeram a votar a favor da venda da Vivo à Telefónica na
reunião do próximo dia 30.
Embora seja acionista com
direito a voto, a Telefónica
deverá ser impedida de votar
na assembleia por evidentes
conflitos de interesse. É dela
a proposta de compra da participação da PT na Vivo por
€ 6,5 bilhões.
Analistas de mercado consideraram a estratégia da Telefónica uma jogada para
tentar minar a resistência do
conselho administrativo da
PT contrário à venda.
Esse conselho passou o último mês tentando convencer os investidores estrangeiros da Portugal Telecom (que
detêm 72% das ações da operadora) a ficarem com a Vivo.
Para os portugueses, abrir
mão da Vivo significa mudar
drasticamente seu plano industrial. Hoje, a operadora
brasileira responde por 46%
das receitas da PT.
A disputa pela Vivo teve
início em meados de maio,
quando a Telefónica ofereceu € 5,7 bilhões pela parcela
da PT. Em junho, os espanhóis passaram para € 6,5 bilhões. O conselho da Portugal Telecom espera, no mínimo, € 7,5 bilhões.
Para evitar novo aumento
de lance, a Telefónica, como
sócia da PT, tentou incluir na
pauta da reunião do dia 30 a
alteração das regras de divisão de dividendos.
Parte da venda (€ 900 milhões) seria descontada do
total (€ 6,5 bilhões) e distribuída como lucro. Era uma
tentativa de "seduzir" os
acionistas minoritários a votarem pelo "sim".
A proposta foi negada pelo
presidente da assembleia,
que também lançou dúvidas
sobre as chances de voto da
Telefónica. Por isso, os espanhóis decidiram vender suas
ações na PT. A Folha apurou
que, por garantia, a Telefónica também elevará a oferta.
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