São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011

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Sertanejo S.A.

Artistas entram no mundo empresarial e apostam em setores como futebol e construção civil

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Quem pensa que o caipira que sai do interior com sua viola para fazer fama na capital não entende de negócios pode estar enganado. Cantores e duplas sertanejas têm se destacado cada vez mais como empresários.
Eles atuam em diversos setores: construção civil, ensino superior, comércio, agronegócio e até futebol.
Zezé di Camargo & Luciano, apesar de manterem um ritmo de 15 shows por mês e presença em comerciais, já faturam mais com empresas do que com a música.
O empresário e irmão da dupla, Emanuel Camargo, diz que 75% do faturamento da já vêm dos negócios.
O início foi com a Penta Incorporadora, criada em 1996 por Luciano para erguer casas populares. Dez anos depois, com Zezé, passaram a focar imóveis de alto padrão. Em 2010, lançaram em Goiânia prédio com salas comerciais de até R$ 1,4 milhão.
A receita estimada para este ano é de R$ 240 milhões. Na Múltipla, que mantém galpões para empresas como Gerdau e Marisa, o faturamento é de R$ 22 milhões.
A dupla Chitãozinho & Xororó começou com uma churrascaria em Campinas, em 1994. Três anos depois, expandiu para a rede de fast food Montana Grill Express, com cem lojas. Eles têm também a marca de carnes Montana Premium Beef.

DE OLHO NO FUTURO
Se uns já alcançaram o sucesso empresarial, outros investem de olho no futuro.
É o caso de Vinícius Félix de Miranda, 41, o Bruno, da dupla com Marrone. Ele ainda fatura mais com a música, mas os negócios já representam 25% de seus ganhos.
Um é a Uniessa, faculdade criada em Uberlândia (MG). Ele também é sócio do restaurante Tróia, em Goiânia, e da construtora Juamas.
Os negócios do campo também atraem. Cezar & Paulinho criam cavalos de raça e Milionário & Zé Rico, gado para abate. José Rico dos Santos, 66, vai além: fã de futebol, é empresário de dez jogadores no interior.
Outros têm negócios na música. Ralf, da Chrystian & Ralf, é dono da patente do SMD, um CD antipirataria. Uma das empresas de João da Silva Júnior -o Zé Henrique, da Zé Henrique & Gabriel- abriga compositores.
Para quem desdenha do tino empresarial do sertanejo, Bruno responde com um regionalismo: "O mineirinho, o goianinho vai quieto, devagar. Mas chega lá."


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