São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Setor têxtil e de confecção intensifica demissões no país

O setor têxtil e de confecção iniciou uma onda de demissões de trabalhadores.
O saldo de criação de vagas (contratação menos demissão), com carteira assinada, ficou negativo em 650 postos em maio e junho, segundo a Abit (associação das indústrias do setor).
"Enquanto a indústria demite no Brasil, estamos gerando empregos na China", diz Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit e da indústria Cedro e Cachoeira.
Entre os motivos para os cortes está a queda da produção, devido à invasão de produtos chineses e ao dólar baixo, de acordo com o setor.
"O maior ativo que o Brasil tem para enfrentar uma crise é o mercado interno e o damos a outros países." O setor é o segundo maior empregador da indústria de transformação no país, só perde para as indústrias de alimentos e bebidas, segundo Diniz Filho.
No primeiro semestre deste ano, o saldo de empregos do setor foi de 17,2 mil vagas, com queda de 67% sobre o mesmo período de 2010.
Para evitar que ocorra demissão em massa, o setor reivindica desoneração da folha e regime tributário diferenciado para a indústria de confecção, segundo Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário (sindicato da indústria do setor) e sócio da Darling.
"Se nada for feito pelo governo, as demissões serão inevitáveis", diz Masijah.

RECEITA DO NEGÓCIO
"Há uma enchente de franquias para mulheres", diz Paulo Ancona, da consultoria especializada Vecchi Ancona. O grupo Shopping das Franquias abre em SP uma marca de escolas de culinária infantil. "A meta é melhorar a relação da criança com a comida", diz Andréa França, da Minichefs. Neste ano deve abrir em Brasília, Campinas, Belo Horizonte e Porto Alegre.
"O cuidado com a alimentação, de ter o filho no preparo da refeição, é mais materno", diz ela. Entre os contatos para novas unidades, 70% são mulheres.

APELO FEMININO
A rede Siluets, de serviços de depilação, tratamento de rejuvenescimento e emagrecimento, começa a abrir lojas pelo país. "Estão previstas 20 unidades até dezembro, em Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e outros", diz o sócio Alberto Garcia.
"Em franquias que cuidam de estética, as clientes podem não se sentir bem com um homem dentro da loja. Mas não há restrição", diz Paulo Ancona, da Vecchi Ancona, consultor da Siluets. Redes de idiomas também atraem mais mulheres, diz Maria Cristina Franco, da ABF (associação de franchising).

GIRO PELAS VITRINES
Chamariz da clientela, sedenta de novidades, as vitrines tornam-se mais ágeis.
Na Europa, grifes de luxo mudam vitrines, em média, a cada três semanas. No Brasil, nem sempre. As da Ermenegildo Zegna se renovam aproximadamente todo mês, além de ocasiões especiais.
A Salvatore Ferragamo, no Brasil, muda o visual três vezes por ano e segue a temporada europeia. "As lojas recebem da Itália amostras do material para montagem, como madeira e ferro, e um guia sobre como combinar peças a cada semana", diz a diretora Mariana Nassralla. "Colocamos fotos da campanha e anúncios na mídia, que chamam atenção para os produtos."
Carolina Herrera tem periodicidade curta. Trocadas a cada 15 dias, suas vitrines acompanham a estação no país, "mas reproduzem o que foi exposto no exterior", diz Gilberto Pepe, sócio-franqueado. Já a Tiffany & Co só muda em datas especiais e em novas coleções. Todas as suas lojas no mundo seguem o mesmo tema.
Preço mais baixo, troca mais rápida. A Riachuelo tem mudança semanal. A Renner, de 15 a 25 dias.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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