São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

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Apoio do banco a fusões é alvo de críticas

BNDESPar estava disposto a aportar até R$ 4,5 bi na união entre Pão de Açúcar e Carrefour, que não se concretizou

Auxílio a acordo BrT-Oi também criou polêmica; ex-presidente, Carlos Lessa defende operações como Sadia-Perdigão


DO RIO
DE SÃO PAULO


A BNDESPar esteve envolvida em uma das maiores polêmicas recentes do mundo de negócios: a tentativa de fusão Pão de Açúcar-Carrefour.
A operação terminou frustrada porque o Casino, sócio do Pão de Açúcar no Brasil, opôs-se fortemente à ideia. Isso porque o negócio impediria que o Casino assumisse o controle do Pão de Açúcar em 2012, conforme previsto no acordo de acionistas.
O anúncio da intenção de fusão Pão de Açúcar-Carrefour foi acompanhado pela notícia de que a BNDESPar aportaria até R$ 4,5 bilhões.
Depois de uma chuva de críticas por apoiar o negócio polêmico, a BNDESPar afirmou que só entraria na transação caso houvesse acordo entre as partes e depois de "rigorosas análises técnicas".
O assunto se encerrou quando as negociações foram abortadas.
O ex-presidente do BNDES Carlos Lessa é defensor da atuação da BNDESPar. Mas criticou a intenção da empresa de apoiar a fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour:
"No caso do Carrefour e do Pão de Açúcar, se o BNDES colocasse dinheiro, seria um absurdo. É uma das piores operações de que já tive notícia: ajudar um francês a dar o golpe em outro", disse, em entrevista à Folha.
Essa não foi a primeira vez em que a BNDESPar foi criticada por apoiar fusões de grandes empresas privadas. No caso da união entre Oi e Brasil Telecom, a BNDESPar entrou com dinheiro em uma empresa que passou a ter a concessão de telefonia fixa em 26 dos 27 Estados (exceto São Paulo), reduzindo a competição no setor. A operação precisou até de mudança na lei para se concretizar.
Para Lessa, no entanto, o banco agiu certo em algumas negociações, como na entrada do capital da Brasil Foods (fusão entre Sadia e Perdigão) e também na criação da Fibria (união entre Votorantim Celulose e Aracruz):
"Empresas importantes iam quebrar, ia ser desastroso para o país", disse ele, referindo-se à Sadia e à Aracruz que tinham amargado enormes prejuízos com operações financeiras arriscadas na crise de 2009. (LC e EF)



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