São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Falta de algodão pressiona preços internos

O algodão já subiu 21% no mercado interno, acumulando 29% desde o final de maio. O produto, cujos preços internos descolaram dos do mercado externo, atingiu o recorde histórico em dólar, ontem: US$ 1,114 por libra-peso (454 gramas).
Em reais, o produto atingiu R$ 1,969 por libra-peso, o maior valor nominal desde maio de 2004. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
"A situação está complicada", diz Lucilio Alves, pesquisador da entidade. A produção brasileira deverá ficar em 1,17 milhão de toneladas do algodão em pluma; o consumo interno, em 1 milhão; e as exportações estão previstas em 400 mil toneladas na safra 2009/10.
Diante desse quadro interno, "os estoques são os menores das últimas safras, e os números não fecham", segundo Alves.
As indústrias deixaram para comprar algodão neste período de safra -à espera de preços menores- e agora ainda necessitam de 600 mil toneladas, mas o mercado dispõe de apenas 350 mil toneladas.
O problema é que o mercado externo também está com estoque e oferta reduzidos. Isso torna a situação difícil para os que necessitam de algodão importado, na avaliação do pesquisador.
Um dado que mostra essa situação complicada é que as importações agregadas do setor têxtil já superam em US$ 1,6 bilhão as exportações nos sete primeiros meses deste ano. Durante todo o ano de 2009, o deficit foi de US$ 1,5 bilhão.
A alta de preços do produto não significa ganhos maiores para os produtores, já que boa parte deles comercializou o algodão antecipadamente, segundo Alves.
Em alguns casos, as negociações antecipadas foram feitas pelos produtores em valores de 30% a 40% inferiores aos atuais. Do lado das indústrias, a alta de preços pode fazer muitas perderem margem e competirem com mais importados.

Carnes Pedro Camargo Neto, da Abipecs (setor de carne suína), foi procurado para ser o novo presidente da Abiec (setor de carne bovina). Camargo Neto substituiria Roberto Giannetti, que deixou a entidade.

Aberturas Camargo Neto está há cinco anos à frente da Abipecs, entidade que aguarda para setembro a abertura do mercado dos EUA. A entidade obteve avanços também na liberação do produto na Europa e aguarda missões da China, da Coreia e do Japão para os próximos meses.

Dois em um Se for acertada a ida de Camargo Neto à Abiec, a ideia é ele comandar as duas entidades, já que muitos dos problemas são comuns para os dois setores. A Abiec concorda com esse trabalho conjunto das duas entidades.

Volta a subir O preço do trigo voltou a subir ontem em Chicago. O primeiro contrato teve alta de 2%.

Pouco no bolso A Acrimat divulga hoje, em Cuiabá, os custos da pecuária em Mato Grosso. Os números vão mostrar que "o setor não tem tranquilidade". A oferta de boi é pequena e os preços reagem, mas não há sobra de caixa para investimentos.

Políticas O setor avalia que são necessárias políticas de gestão e de governo para enfrentar essa situação.

Com KARLA DOMINGUES



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