|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vaivém
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Falta de algodão pressiona preços internos
O algodão já subiu 21% no
mercado interno, acumulando 29% desde o final de maio.
O produto, cujos preços internos descolaram dos do
mercado externo, atingiu o
recorde histórico em dólar,
ontem: US$ 1,114 por libra-peso (454 gramas).
Em reais, o produto atingiu R$ 1,969 por libra-peso, o
maior valor nominal desde
maio de 2004. Os dados são
do Cepea (Centro de Estudos
Avançados em Economia
Aplicada), da Esalq/USP.
"A situação está complicada", diz Lucilio Alves, pesquisador da entidade. A produção brasileira deverá ficar
em 1,17 milhão de toneladas
do algodão em pluma; o consumo interno, em 1 milhão; e
as exportações estão previstas em 400 mil toneladas na
safra 2009/10.
Diante desse quadro interno, "os estoques são os menores das últimas safras, e os
números não fecham", segundo Alves.
As indústrias deixaram para comprar algodão neste período de safra -à espera de
preços menores- e agora
ainda necessitam de 600 mil
toneladas, mas o mercado
dispõe de apenas 350 mil toneladas.
O problema é que o mercado externo também está com
estoque e oferta reduzidos.
Isso torna a situação difícil
para os que necessitam de algodão importado, na avaliação do pesquisador.
Um dado que mostra essa
situação complicada é que as
importações agregadas do
setor têxtil já superam em
US$ 1,6 bilhão as exportações nos sete primeiros meses deste ano. Durante todo o
ano de 2009, o deficit foi de
US$ 1,5 bilhão.
A alta de preços do produto não significa ganhos maiores para os produtores, já que
boa parte deles comercializou o algodão antecipadamente, segundo Alves.
Em alguns casos, as negociações antecipadas foram
feitas pelos produtores em
valores de 30% a 40% inferiores aos atuais. Do lado das
indústrias, a alta de preços
pode fazer muitas perderem
margem e competirem com
mais importados.
Carnes Pedro Camargo
Neto, da Abipecs (setor de
carne suína), foi procurado
para ser o novo presidente da
Abiec (setor de carne bovina). Camargo Neto substituiria Roberto Giannetti, que
deixou a entidade.
Aberturas Camargo Neto está há cinco anos à frente
da Abipecs, entidade que
aguarda para setembro a
abertura do mercado dos
EUA. A entidade obteve
avanços também na liberação do produto na Europa e
aguarda missões da China,
da Coreia e do Japão para os
próximos meses.
Dois em um Se for acertada a ida de Camargo Neto à
Abiec, a ideia é ele comandar
as duas entidades, já que
muitos dos problemas são
comuns para os dois setores.
A Abiec concorda com esse
trabalho conjunto das duas
entidades.
Volta a subir
O preço do trigo voltou a subir ontem em Chicago. O primeiro contrato teve alta de
2%.
Pouco no bolso A Acrimat divulga hoje, em Cuiabá,
os custos da pecuária em Mato Grosso. Os números vão
mostrar que "o setor não tem
tranquilidade". A oferta de
boi é pequena e os preços
reagem, mas não há sobra de
caixa para investimentos.
Políticas O setor avalia
que são necessárias políticas
de gestão e de governo para
enfrentar essa situação.
Com KARLA DOMINGUES
Texto Anterior: Mercado: Bolsa de São Paulo tem queda de 1% em pregão de poucos negócios Próximo Texto: Nizan Guanaes: O termômetro da Bienal de São Paulo Índice
|