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Ações de pequenas são destaque na Bovespa
Em contraste com Petrobras e Vale, melhores desempenhos na Bolsa são de empresas com pequena capitalização e foco interno
Empresas de consumo
e infraestrutura, como Hering, Eucatex, MMX e Marcopolo, estão entre as mais beneficiadas
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Índices positivos da economia brasileira -que refletem principalmente a confiança do consumidor e a geração de empregos- têm
atraído as atenções dos investidores para ações de empresas menores e voltadas ao
mercado interno.
Esse movimento, segundo
especialistas, está causando
um verdadeiro círculo virtuoso nas ações de companhias
com menor capitalização em
Bolsa, as "small caps".
Tratam-se de papéis de
empresas pequenas e que geralmente disputavam atenção com gigantes como Petrobras e Vale, entre outras
"estrelas" do índice Bovespa,
e que encontraram agora, na
fase pós-crise, um de seus
melhores momentos.
Os números da BM&FBovespa, comprovam a tese.
Enquanto o Ibovespa, principal índice, encolheu 1,2%
desde o início do ano, o índice SMLL subiu 13,9%. O índice reúne 58 empresas, que
não atingem 15% do valor de
mercado total da Bolsa.
As empresas menores também aparecem entre as dez
empresas mais rentáveis do
Ibovespa. A maioria é de
companhias com valor de
mercado de até R$ 20 bilhões, bem abaixo dos
R$ 247 bilhões da Petrobras.
"Desde a crise, o investidor optou por ficar de fora de
setores altamente atrelados a
commodities e aproveitar
mudanças cíclicas no Brasil,
como a expansão do consumo, ou o desenvolvimento
do setor imobiliário para colocar seus papéis", diz Carlos
Constantini, analista chefe
da corretora Itaú BBA.
Segundo ele, esta é a primeira vez em que os investidores voltam as atenções de
forma tão evidente para papéis de segunda linha.
Entre os setores que mais
chamam a atenção, estão
aqueles diretamente relacionados à expansão do crédito.
"As taxas de juros já pararam de subir, o que beneficia
os setores de construção e
consumo. Isso faz com que o
mercado interno esteja muito
mais interessante do que os
papéis voltados às commodities", diz Herculano Alves,
diretor do Bradesco Asset
Management.
COPA E OLIMPÍADA
É consenso entre analistas
que a perspectiva de continuidade da boa fase econômica, mesmo com o cenário
eleitoral, continuará dando
espaço às "small caps".
"Existem "small caps" de
setores em consolidação,
com grandes chances de
crescer acima de 20% ao ano.
Eventos como Copa do Mundo e Olimpíada também devem continuar impulsionando empresas de infraestrutura", afirma Alves.
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