São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Imóvel menor muda perfil e atrai investidor

Antiga quitinete agora é loft em bairros nobres da capital paulista, como Campo Belo, Brooklin e Pinheiros

As unidades pequenas tomam endereços antes dedicados a apartamentos de quatro dormitórios, diz estudo

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Quem procura imóvel novo, para morar ou investir, já percebe uma mudança no perfil de lançamentos nas áreas nobres de São Paulo.
O apartamento de um dormitório, com área média de 48 m˛, toma endereços antes utilizados para a construção de imóveis de quatro quartos.
Um estudo exclusivo para a Folha mostra que as cinco regiões em que houve maior aumento de apartamentos de um dormitório são: Brooklin, Campo Belo, Vila Olímpia, Bela Vista e Pinheiros.
De acordo com o levantamento da imobiliária Lopes, no Brooklin, onde não foram lançados imóveis de um dormitório entre 2006 e 2008, esse perfil passou a representar quatro em cada 10 novos empreendimentos.
Em contrapartida, a parcela daqueles com mais de três dormitórios caiu de 76% para 5%.
No Campo Belo, há hoje quatro lançamentos de um dormitório em cada 10 -antes, os pequenos eram só 3%. E, em Pinheiros, são três em cada 10, em comparação com nenhum há quatro anos.
Na Vila Olímpia e na Bela Vista, as parcelas mais que dobraram, saltando para 58% (quase seis em cada 10) e 52%, respectivamente.

ANTIGA QUITINETE
A mudança de perfil foi impulsionada por dois fatores principais: o alto valor do metro quadrado e as novas prioridades de quem compra.
"Um apartamento novo de pouco mais 100 m˛ nessas áreas não custa menos de R$ 1 milhão, e isso assusta o consumidor", diz Roberto Coelho da Fonseca, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca.
O preço médio do m˛ lançado no Brooklin, segundo a Lopes, está em R$ 8.660. Em Pinheiros, R$ 9.520 e, na Vila Olímpia, R$ 10.630. Na Bela Vista, fica em R$ 8.150 e, no Campo Belo, R$ 8.300.
"Na hora da compra, a proximidade do trabalho e do lazer tem contado mais que o espaço do imóvel", completa Coelho da Fonseca.
Esses compradores são jovens em busca do primeiro apartamento -beneficiados pelo crédito-, famílias com só um filho ou divorciados a procura de um novo lar.
Nesse cenário, os "imóveis compactos" também mudaram. Muitos passaram a oferecer lavanderia coletiva e sala de reuniões no térreo, academia e serviço de limpeza.
"As antigas e sem graça quitinetes agora são chamadas de 'lofts'. Têm infraestrutura e grande demanda por compra e locação", diz Vinicius Leite, vice-presidente da imobiliária Fernandez Mera.



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