São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Fundo de tíquete alto rende menos do que os acessíveis

Entre os 20 melhores fundos de ação, só três exigiam mínimo de R$ 10 mil

Estudo vai contra mito de que os fundos de melhor desempenho só estão disponíveis para os grandes investidores

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Os fundos de investimento mais sofisticados, que exigem tíquetes de entrada acima de R$ 10 mil, cobram taxas de administração diferenciadas, e são vendidos fora dos bancos comerciais têm desempenho acima da concorrência, certo? Errado.
Nos últimos 12 meses, período marcado pelas crises na Europa e nos EUA, os fundos de investimento com tíquete de entrada abaixo de R$ 10 mil renderam mais do que aqueles que exigiam aportes entre R$ 10 mil e R$ 100 mil.
Estudo da consultoria Comdinheiro.com.br, junto com o grupo de pesquisa FIA e Finanças, revela que os dez fundos de ação de melhor desempenho acumulado em 12 meses têm tíquete de entrada abaixo de R$ 10 mil.
Quando o estudo considera os 20 fundos do segmento com maior retorno no período, 17 deles têm entrada abaixo de R$ 10 mil.
O levantamento analisa o período entre outubro de 2010 e setembro de 2011, foca só os fundos com "porta de entrada" até R$ 100 mil, e não isola os fundos destinados a grandes investidores que têm aporte inicial zero.
"Esse estudo mostra que um fundo que exige aporte inicial maior não significa que seja melhor do que outro com porta de entrada menor. Ou seja, aporte inicial alto não é critério de desempenho de fundo", disse Rafael Paschoarelli, autor do estudo.

FUNDOS CAMBIAIS
O estudo verificou também o desempenho dos fundos cambiais, que acompanham a variação do dólar. A moeda disparou 16,8% em setembro.
No ranking dos dez mais rentáveis, seis aceitavam aplicação abaixo de R$ 10 mil.
Segundo Paschoarelli, na crise os fundos com gestão mais ativa -que costumam cobrar taxas de administração maiores- não tiveram desempenho muito superior aos fundos simplificados, como aqueles que seguem índices setoriais ou fazem um único investimento certeiro.
Foi o caso dos fundos que investem apenas na Cielo (ex-Visanet), que lideram o ranking dos fundos de ação. As ações da Cielo foram "castigadas" no ano passado com o fim da exclusividade de bandeira e maior aperto regulatório. Desde o final de 2010, porém, os papéis recuperaram terreno perdido e acumulam alta de 33,1% nos últimos 12 meses.
Criados para comprar ações da Visanet à época da abertura de capital, esses fundos de investimento são abertos para aplicações a partir de R$ 300 e têm taxa de administração de 1,5%.
No estudo, também se destacam os fundos focados em empresas de telecomunicações e de energia -setores considerados defensivos por manterem receitas estáveis em época de crise.
"As vezes, fazer muita coisa pode não ser a melhor estratégia durante a crise."



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