São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Europa investiga acordo de Telefónica e PT

Durante negociação da Vivo, operadoras combinaram de uma não disputar o mercado da outra em seu país de origem

Investigação não diz respeito ao Brasil, só à Espanha e a Portugal; operadoras dizem que colaborarão no processo

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A Comissão Europeia decidiu abrir um processo investigativo para apurar se a espanhola Telefónica e a portuguesa Portugal Telecom estão desrespeitando as regras da livre concorrência na Europa e praticando uma divisão dos mercados.
A razão é um acordo que as duas empresas firmaram no ano passado de uma não disputar o mercado da outra em seu país de origem.
Vale para telefonia fixa e móvel, internet e operação de televisão.
Segundo a comissão, que é o braço executivo da União Europeia, o acordo foi firmado em setembro e tem validade até 31 de dezembro deste ano.
O acerto entre as duas companhias foi discutido quando elas negociavam o futuro da Vivo, tele que atua no Brasil e na qual elas tinham uma sociedade.

NEGÓCIO BILIONÁRIO
Após uma longa negociação e disputas judiciais, no dia 28 de julho a Telefónica pagou 7,5 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) pelas ações que a PT tinha na Vivo e ficou com o controle total da empresa, que hoje é a maior operadora do país.
Foi o maior negócio no setor de telecomunicações já realizado no Brasil.
Na sequência, a PT fez uma aliança com a Oi para ficar com 22,4% das ações da empresa. Essa segunda negociação ainda precisa ser ratificada.

SÓ PORTUGAL E ESPANHA
A investigação da UE não diz respeito às operações das duas companhias no Brasil, apenas aos mercados português e espanhol.
Será investigado ainda se um outro acordo entre as duas operadoras, firmado em 1997, também não afeta a concorrência na Europa.
Naquele acordo, as duas acertam não competir por mercados fora do continente europeu.
A Telefónica e a Portugal Telecom foram informadas do processo.
Elas divulgaram que não há razões para preocupações e que pretendem colaborar com o que for necessário nas investigações.
Não há tempo para a conclusão dos trabalhos. Segundo comunicado da comissão, depende da complexidade do caso e da cooperação dos envolvidos.
Caso sejam condenadas, as empresas estarão sujeitas a multa de até 10% de seu faturamento global.
Só no terceiro trimestre do ano passado, a Telefónica obteve um lucro líquido de 5,1 bilhões (cerca de R$ 11,6 bilhões).
No mesmo período, o lucro da PT foi de 5,35 bilhões (R$ 12,2 bilhões).


Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: A volta da "crise da comida"
Próximo Texto: Concessionárias Ford registram falta de peças para recall
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.