São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2011

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Entrar em IPOs requer pesquisa sobre a empresa

Analistas recomendam ler prospecto e analisar riscos antes de comprar ações de empresa estreante na Bolsa

Apesar das altas de 2011, oferta inicial de ações nem sempre tem retorno garantido, dizem especialistas

Daniel Wainstein - 2.fev.11/"Valor"
Estreia da Arezzo na Bolsa; ações da empresa tiveram alta de 28,2% até o último dia 20

MARIA PAULA AUTRAN
PAOLA CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As empresas que decidiram se capitalizar no mercado de ações neste ano vêm colhendo bons resultados, assim como os investidores que aplicaram nesses papéis.
Cinco das seis companhias que fizeram IPO em 2011 registram desempenho melhor que o principal índice da Bovespa, que cai 3,24% no ano.
De fevereiro até o último dia 20, as ações da Autometal, de autopeças, se valorizaram 25,9%; as da Arezzo têm alta de 28,2%; as da Sonae Sierra Brasil, administradora de shoppings, 17%, e as da Queiroz Galvão Exploração e Produção, 18,4%.
A IMC (International Meal Company), de restaurantes, subiu 12,6% desde março. Os papéis da T4F (Time For Fun), que estrearam na Bolsa em 13 de abril, são os únicos com desempenho negativo -registram queda de 1,88%. No mesmo período, o Ibovespa teve alta de 0,24%.
Para o professor de finanças do Insper Ricardo Almeida, os valores estão saindo abaixo do preço justo, o que abre espaço para valorização. "Os investidores estão conseguindo um desconto na hora da compra. E os controladores estão aceitando."
Como hoje os riscos são maiores que no momento pré-crise (2007), o preço de lançamento acaba sendo menor que os preços iniciais (sugeridos pelas empresas) daquele momento, diz Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec-SP (associação dos analistas).
Além disso, segundo Alexandre, apesar da perspectiva de acomodação no ritmo da atividade econômica, o cenário atual, marcado pela expansão do consumo, também contribui para o desempenho de empresas de determinados setores como o da Arezzo, o da Sonae Sierra Brasil e o da Autometal.
O diretor do banco Fator, Venilton Tadini, diz que a valorização se deve à natureza da atividade das empresas.
"Praticamente não tem nenhuma operação abaixo dos R$ 500 milhões, e todas no nível de governança do novo mercado. O que se está buscando são colocações de grande volume, para ter liquidez no papel, e de segmentos como esses aqui colocados", afirma.
No início do ano, a previsão era de oito ofertas de ações em fevereiro, com captação de R$ 6,7 bilhões. Até agora, foram dez, com volume total de R$ 5,03 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. Com a T4F, o valor fica em R$ 5,6 bilhões.

INFORMAÇÃO
O consultor de marketing Luis Abdal participou de três IPOs só neste ano. Depois de 15 dias de negociações da Queiroz Galvão, vendeu as ações com 10% de ganho. O dinheiro continua aplicado na Arezzo e na Time For Fun.
Ele diz que sempre busca orientação na sua corretora antes de tomar uma decisão.
Os analistas Paulo Roberto Esteves, da Gradual Investimentos, e Leandro Zanfelício, da corretora Concórdia, dizem que a estratégia de vender papéis no curtíssimo prazo é arriscada.
Em 2010, por exemplo, a BR Properties caía 9,26% em 7 de maio, dois meses após o primeiro dia de negociação na Bolsa. No acumulado de um ano, subiu 38,36%.
E para quem opta pelo longo prazo, afirmam os analistas, é preciso conhecer a empresa, o mercado e as perspectivas macroeconômicas.


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