São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2010

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Pessimismo sobre Europa afeta Bolsa

Sem perspectiva para solução da crise, Bovespa recua 0,57%, e Nova York, 1,24%; dólar sobe e fecha a R$ 1,864

Entre os motivos para o pessimismo no pregão, está decisão do BC da Espanha de intervir em instituição financeira

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

Frustrados com a ausência de novidades positivas na zona do euro, os investidores reproduziram ontem o roteiro já visto nas rodadas de negócios recentes: venda de ações e compra de dólar.
Por alguns minutos, ordens de compra focadas em ações do setor de commodities (matérias-primas) ajudaram a Bolsa brasileira a subir, devido a expectativas favoráveis sobre a China (grande compradora global).
Perto do final do expediente, no entanto, prevaleceu o habitual sentimento de cautela dos investidores e o índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas na Bolsa de São Paulo, recuou 0,57%. O dólar fechou em alta de 0,16%, cotado a R$ 1,864.
As Bolsas americanas e europeias também cederam. Em Nova York, o índice de ações Dow Jones, de repercussão mundial, retrocedeu 1,24%. Em Londres, o índice FTSE teve modesta alta de 0,13%. Na praça de Frankfurt, as ações sofreram queda de 0,40%.
Analistas citaram pelo menos dois motivos para o mau humor dos investidores no pregão de ontem.
Primeiro, a frustração com os resultados da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, no final de semana. Muitos esperavam uma nova ação coordenada das autoridades europeias para enfrentar os problemas da zona do euro.
A intervenção do banco central espanhol sobre a instituição financeira Cajasur também provocou mal-estar nos mercados. Apesar da pouca representatividade dessa empresa no setor financeiro espanhol, a medida não impediu que alguns analistas vissem um indício de problemas no setor bancário.
Para especialistas, o investidor não deverá mudar sua opção pela "ponta de venda" nas Bolsas sem ter alguma expectativa à vista sobre o fim dos problemas na UE.
O economista-chefe do banco Schain, Silvio Campos Neto, destaca as iniciativas de algumas economias europeias para reduzir gastos públicos, como Reino Unido, e possivelmente, a Alemanha.
"São situações que, somadas, podem contribuir para alguma estabilização às moedas da região e também aos mercados", avalia.



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