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Pessimismo sobre Europa afeta Bolsa
Sem perspectiva para solução da crise, Bovespa recua 0,57%, e Nova York, 1,24%; dólar sobe e fecha a R$ 1,864
Entre os motivos para o pessimismo no pregão, está decisão do BC da Espanha de intervir em instituição financeira
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO
Frustrados com a ausência
de novidades positivas na zona do euro, os investidores
reproduziram ontem o roteiro já visto nas rodadas de negócios recentes: venda de
ações e compra de dólar.
Por alguns minutos, ordens de compra focadas em
ações do setor de commodities (matérias-primas) ajudaram a Bolsa brasileira a subir,
devido a expectativas favoráveis sobre a China (grande
compradora global).
Perto do final do expediente, no entanto, prevaleceu o
habitual sentimento de cautela dos investidores e o índice Ibovespa, que reflete os
preços das ações mais negociadas na Bolsa de São Paulo,
recuou 0,57%. O dólar fechou em alta de 0,16%, cotado a R$ 1,864.
As Bolsas americanas e europeias também cederam.
Em Nova York, o índice de
ações Dow Jones, de repercussão mundial, retrocedeu
1,24%. Em Londres, o índice
FTSE teve modesta alta de
0,13%. Na praça de Frankfurt, as ações sofreram queda
de 0,40%.
Analistas citaram pelo menos dois motivos para o mau
humor dos investidores no
pregão de ontem.
Primeiro, a frustração com
os resultados da reunião dos
ministros das Finanças da
União Europeia, no final de
semana. Muitos esperavam
uma nova ação coordenada
das autoridades europeias
para enfrentar os problemas
da zona do euro.
A intervenção do banco
central espanhol sobre a instituição financeira Cajasur
também provocou mal-estar
nos mercados. Apesar da
pouca representatividade
dessa empresa no setor financeiro espanhol, a medida
não impediu que alguns analistas vissem um indício de
problemas no setor bancário.
Para especialistas, o investidor não deverá mudar sua
opção pela "ponta de venda"
nas Bolsas sem ter alguma
expectativa à vista sobre o
fim dos problemas na UE.
O economista-chefe do
banco Schain, Silvio Campos
Neto, destaca as iniciativas
de algumas economias europeias para reduzir gastos públicos, como Reino Unido, e
possivelmente, a Alemanha.
"São situações que, somadas, podem contribuir para
alguma estabilização às
moedas da região e também
aos mercados", avalia.
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