São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011

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Transações em excesso são motivos de culpa

Muitos têm compulsão por investir, diz estudo

JEFF SOMMER
DO "NEW YORK TIMES"

Para quase todos os investidores, realizar operações frequentes demais é uma ideia terrível. Muita gente sabe que compra e vende mais do que deveria ""mas ainda assim não consegue parar.
O problema fundamental das transações frequentes é que poucos são capazes de operar de forma consistentemente mais inteligente do que o mercado. Distorções comportamentais podem levar muitos a fazer transações em momentos indevidos.
Pode ser reconfortante, por exemplo, comprar quando as ações estão em alta, e quase irresistível vender quando estão despencando.
Um estudo da Dalbar, empresa de pesquisa de Boston especializada em fundos mútuos, constatou que, nos 20 anos até dezembro, o investidor em fundos de ações teve retorno anualizado médio de 3,8%, ante 9,1% do índice de ações Standard & Poor's 500.
Em média, a pessoa se sairia muito melhor caso comprasse cotas de um fundo que acompanha os índices e as mantivesse, nesses 20 anos.
Agora, novo estudo com investidores de alta renda mostra que muitas pessoas bem preparadas e aparentemente bem informadas se sentem compelidas a realizar transações frequentes ""embora acreditem que estejam realizando transações demais.

SEM CONTROLE
A existência desse "paradoxo das transações" é uma das constatações do trabalho, que foi conduzido pela Barclays Wealth, divisão do banco Barclays, de Londres.
"Esse paradoxo das transações existe no mundo todo, com variações de grau", diz Greg Davies, diretor de finanças comportamentais e quantitativas da Barclays Wealth.
De fato, o estudo constata, "o problema é que os investidores sentem que precisam se envolver em transações ativas, mas não são capazes de controlar seu ímpeto de realizar transações demais".
"Mais ou menos como comer em excesso, é difícil controlar o excesso de transações. Funciona como uma dieta. É fácil fazê-lo ""vezes, vezes e vezes sem conta", afirma Davies.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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