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Reunião pode definir hoje preço do barril em torno de US$ 8
DE BRASÍLIA
O preço do barril de petróleo que a União usará na capitalização da Petrobras pode ficar em torno de US$ 8.
Segundo um técnico do governo, o valor pode até ficar
"um pouco acima disso"
dentro de uma avaliação
mais otimista.
O número final, porém,
ainda não foi fechado, o que
pode acontecer em reunião
prevista para hoje. O governo
gostaria de fixar um valor
próximo de US$ 10, mas sabe
que esse preço afastaria muitos minoritários do processo
de capitalização.
Nesse caso, segundo um
assessor de Lula, não seria
atingido um dos objetivos da
capitalização: reforçar o caixa da estatal para que toque
seu plano de investimentos.
Na operação de capitalização da Petrobras, a parte da
União não irá representar dinheiro imediato no caixa da
empresa, pois o aumento será feito via cessão de 5 bilhões de barris das futuras reservas do pré-sal.
Já a participação dos minoritários, que detêm 60%
do capital da empresa, significa dinheiro novo para investimentos. Nos cálculos
iniciais, a estatal estimou arrecadar US$ 25 bilhões com o
aumento de capital bancado
pelos minoritários.
No caso do preço, o governo acredita que já encontrou
as principais divergências
nas metodologias e será possível chegar a um consenso.
O problema foi que as certificadoras usaram uma taxa de
retorno e um preço de referência diferentes, o que levou
a valores bem distintos.
Enquanto o laudo da ANP
teria avaliado o barril do pré-sal entre US$ 10 e US$ 12, o da
Petrobras teria girado entre
US$ 5 e US$ 6.
O governo nega a possibilidade de contratar uma terceira empresa para avaliação.
Como a Folha mostrou na
semana passada, a empresa
contratada pelo governo para estabelecer um preço para
o barril de petróleo da área
do pré-sal pertencente à
União mantém negócios com
a Petrobras -a parte compradora no negócio.
A estatal nega que o vínculo possa representar um potencial conflito de interesses,
apesar de a Petrobras, formada por capital privado e público, ter interesse num preço mais baixo.
A Petrobras contratou a
DeGolyer & MacNaughton
para indicar o preço, e a ANP,
pelo lado do governo, contratou a GCA (Gaffney, Cline &
Associates).
(VC)
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