São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2011

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Proteger sistema é a principal razão para veto a redes sociais

Quando permitem o acesso, empresas se preocupam em orientar empregado sobre como se manifestar na internet

Companhias insistem em que funcionário tenha responsabilidade e dão recomendações sobre o que não postar

DO ARTICULISTA DA FOLHA

Segurança dos sistemas. Esse é o principal motivo para uma empresa impedir que seus funcionários acessem redes sociais sem restrição durante o expediente.
A Eletrobras, que "monitora e interage com usuários de Twitter, Facebook e YouTube", institucionalmente, ainda "restringe o uso no trabalho basicamente por questões de segurança da rede interna". Mas a empresa também "reconhece a importância e, há cerca de um ano, vem estudando a atuação de outras grandes empresas em relação ao assunto".
A Vale atua nas redes há um ano, também institucionalmente, e "por enquanto" mantém os sites bloqueados, em restrição que vem de longa data. "Mas eles são liberados caso a caso, por solicitação das áreas", como já ocorre com os departamentos de comunicação e de recursos humanos, "ao menos em parte". E "no celular é liberado".

INVESTIR EM EDUCAÇÃO
Também no Itaú a política sobre redes sociais depende do departamento. Na área de marketing o acesso "é totalmente liberado e irrestrito", pois as redes sociais são "ferramentas de trabalho".
Diz Fernando Chacon, diretor-executivo de marketing do banco: "A gente prefere muito mais investir em educação do que em restrição. E aí, tanto na pessoa jurídica como na física. A sua atitude, a informação que você passa diz respeito a você e à organização de que faz parte. A gente tem a preocupação de que o colaborador tenha ciência de que ele, tanto em hora útil como em fim de semana, atua na organização -e é importante que seja respeitoso, tome cuidado com os comentários".
E não há alternativa, afirma Chacon: "55% dos colaboradores do banco são geração Y [nascidos entre 1978 e 2000]. Como é que você vai inibir que essas pessoas tenham uso da ferramenta como fazem no dia a dia de suas vidas? O mundo muda, o Itaú tem que mudar com ele".
Cláudio Gonçalves, vice-presidente de gente e gestão da construtora Andrade Gutierrez, concorda. Ele afirma que o grupo tem "ativa participação institucional nesse ambiente", listando Facebook, Twitter e YouTube, e que "o acesso irrestrito é proibido no trabalho, mas estamos estudando a possibilidade de liberação", pois "o uso crescente das redes sociais, inclusive no ambiente de trabalho, nos parece uma tendência irreversível. Pode ser um dreno de tempo e esforço ou uma ferramenta comum e até útil. A diferença reside na atitude do líder imediato e no tipo de governança que a empresa desenvolve".

ESTÍMULO
Das grandes empresas que aceitaram falar, a Unilever, que produz nos setores de alimentação, higiene e limpeza, aparenta ter a política mais assentada. "Não proíbe ou regula", pelo contrário, "estimula", diz Luiz Carlos Dutra, vice-presidente de comunicação corporativa para a América Latina.
"A Unilever mantém as redes sociais abertas para navegação de seus funcionários, não somente nas páginas que possui, mas para páginas pessoais também, com a consciência de que não devem discutir questões de natureza privada com as profissionais. As redes são parte da realidade e devem ser usadas com bom senso.
A Unilever preza pela privacidade de seus funcionários, por isso recomenda que tenham responsabilidade, mas não controla o conteúdo."
A empresa informa e treina "todos os funcionários, sem exceção", sobre seu código de princípios.


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