São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Governo diz que não há risco de falta de energia

Para ONS, que opera o sistema elétrico, chuvas de verão recomporão reservas

Grandes consumidores reclamam de ter de pagar por energia mais cara a fim de poupar água dos reservatórios

DE SÃO PAULO

O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, diz que não há riscos de faltar energia no país em 2011.
De acordo com ele, as chuvas de verão devem ficar acima do pior cenário já registrado na série histórica, o que permitirá a recomposição dos reservatórios até o fim da estação.
Foi essa tendência, indicada pelos meteorologistas, diz Chipp, que levou o governo a não acionar em outubro e novembro as termelétricas a óleo pesado, mais caras.
A geração com térmica a gás natural, por exemplo, custa cerca de R$ 230 por MWh (megawatt-hora). As movidas a óleo podem custar até R$ 600 o MWh.
O acionamento destas resultaria na explosão do custo do ESS (Encargo de Serviço do Sistema), mecanismo pelo qual é debitada essa conta de todos os consumidores no ano subsequente ao gasto.
Para evitar esse custo excessivo, o grupo de monitoramento do setor elétrico optou, sob recomendação do ONS, por manter as térmicas a gás ligadas por mais tempo, embora isso não tenha sido suficiente para atingir metas.
Ele diz que governo e ONS trabalham no aprimoramento do mecanismo para atingir as metas de água nas hidrelétricas. Segundo ele, a transição do fim do período seco para o início do período chuvoso é o momento que mais tem gerado atenção.

CRÍTICA
Os grandes consumidores de energia consideram o mecanismo que permite geração de energia mais cara para poupar água de reservatórios uma solução custosa demais.
A Abrace (associação de consumidores industriais e livres) diz que os contratos de compra de energia negociados deveriam garantir o fornecimento e que o encargo de serviço -rubrica para onde vai a conta da geração térmica- é um custo adicional.
"As empresas têm contratos com valores definidos para obter o insumo. Só que, no final do exercício, o governo apresenta uma conta adicional para garantir o abastecimento. Todo planejamento de custos da empresa começa a ficar comprometido", disse Paulo Pedrosa, presidente da Abrace. (AB)


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