|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Governo diz que não há risco de falta de energia
Para ONS, que opera o sistema elétrico, chuvas de verão recomporão reservas
Grandes consumidores reclamam de ter de pagar por energia mais cara a fim de poupar água dos reservatórios
DE SÃO PAULO
O diretor-geral do ONS
(Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp,
diz que não há riscos de faltar
energia no país em 2011.
De acordo com ele, as chuvas de verão devem ficar acima do pior cenário já registrado na série histórica, o que
permitirá a recomposição
dos reservatórios até o fim da
estação.
Foi essa tendência, indicada pelos meteorologistas, diz
Chipp, que levou o governo a
não acionar em outubro e novembro as termelétricas a
óleo pesado, mais caras.
A geração com térmica a
gás natural, por exemplo,
custa cerca de R$ 230 por
MWh (megawatt-hora). As
movidas a óleo podem custar
até R$ 600 o MWh.
O acionamento destas resultaria na explosão do custo
do ESS (Encargo de Serviço
do Sistema), mecanismo pelo qual é debitada essa conta
de todos os consumidores no
ano subsequente ao gasto.
Para evitar esse custo excessivo, o grupo de monitoramento do setor elétrico optou, sob recomendação do
ONS, por manter as térmicas
a gás ligadas por mais tempo,
embora isso não tenha sido
suficiente para atingir metas.
Ele diz que governo e ONS
trabalham no aprimoramento do mecanismo para atingir
as metas de água nas hidrelétricas. Segundo ele, a transição do fim do período seco
para o início do período chuvoso é o momento que mais
tem gerado atenção.
CRÍTICA
Os grandes consumidores
de energia consideram o mecanismo que permite geração de energia mais cara para
poupar água de reservatórios
uma solução custosa demais.
A Abrace (associação de
consumidores industriais e
livres) diz que os contratos de
compra de energia negociados deveriam garantir o fornecimento e que o encargo
de serviço -rubrica para onde vai a conta da geração térmica- é um custo adicional.
"As empresas têm contratos com valores definidos para obter o insumo. Só que, no
final do exercício, o governo
apresenta uma conta adicional para garantir o abastecimento. Todo planejamento
de custos da empresa começa a ficar comprometido",
disse Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.
(AB)
Texto Anterior: Reservatório em baixa deve afetar conta de luz Próximo Texto: E eu com isso?: Usuário paga por geração em térmicas Índice | Comunicar Erros
|