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Petrobras cria empresa para operar sondas
Estatal e fundos de pensão devem participar da nova companhia, que vai alugar equipamentos por dez anos
Estimativa é que concorrência envolva até o recorde de
US$ 30 bi nas futuras compras da estatal
PEDRO SOARES
DO RIO
Preocupada com o avanço
em seu endividamento, a Petrobras decidiu não ser a operadora das 28 sondas em processo de licitação e vai criar,
junto com investidores, uma
empresa focada na gestão
dos equipamentos, usados
na prospecção de petróleo.
A nova companhia será a
proprietária das sondas.
A Petrobras está prestes a
anunciar os vencedores da
megalicitação para a construção da sondas de perfuração, concorrência que movimentará até US$ 30 bilhões.
A cifra é recorde e está próxima à do projeto do trem-bala, orçado em US$ 33 bilhões.
Até a conclusão desta edição,
a estatal não havia decidido
quando abriria os envelopes
com o nome dos ganhadores.
A nova empresa será contratada pela Petrobras, que
alugará as sondas por dez
anos. A companhia terá participação minoritária da Petrobras, entre 5% e 10% do
capital, informou a estatal.
A Petrobras já negocia
com os potenciais sócios da
nova companhia, que será
controlada "majoritariamente por investidores brasileiros". Entre eles estão os fundos de pensão, que terão um
papel de destaque na empresa que vai gerir as sondas.
Assim como no caso do
trem-bala, os fundos foram
chamados a investir na construção das sondas.
Segundo a Petrobras, os
seus futuros sócios "reivindicaram" uma participação minoritária da estatal na nova
empresa, que terá quadro
próprio de funcionários e diretores e não contará com
empregados da petroleira.
"Será uma companhia
operacional, com empregados, executivos e colaboradores próprios e não contará
com empregados cedidos pela Petrobras", disse a estatal.
Segundo a Petrobras, a nova empresa terá a responsabilidade de contratar a construção das sondas, fiscalizar
as obras, levantar os financiamentos e escolher a futura
empresa que vai administrar
a operação no dia-a-dia.
FINANCIAMENTO
No que tange ao financiamento, não está descartada a
possibilidade de obter recursos no mercado de capitais,
por meio, por exemplo, do
lançamento de ações. "Mas
tal decisão ficará na alçada
da direção da empresa", ressalva a Petrobras.
Entre as vantagens de não
ser proprietária das sondas, a
Petrobras cita o fato de evitar
a consolidação de dívidas no
seu balanço e de minimizar
os desembolsos de caixa durante a fase de construção.
Após mais de um ano de
indefinição, o resultado da licitação das sondas será divulgado em meio à disputa
entre concorrentes (que quase foram à Justiça) e exigências ambientais da Petrobras
-a estatal tornou obrigatório
um duplo licenciamento: do
Ibama e de órgãos estaduais.
Entre as regras da concorrência, estão a exigência de
compra de 60% de equipamentos e serviços provenientes do Brasil e a construção
exclusivamente em estaleiros instalados no país.
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