São Paulo, sábado, 25 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Tietê-Paraná terá expansão histórica a partir de 2011

Plano de transporte de álcool da Transpetro vai mais que dobrar volume de carga que cruza a hidrovia

Até meados da década, volume deve superar 12 milhões de toneladas, o que aproxima hidrovia da capacidade final

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O transporte na hidrovia Tietê-Paraná vai mais do que duplicar até meados da próxima década. Dos 5,7 milhões de toneladas alcançados neste ano, o volume de carga vai superar 12 milhões de toneladas, e pode levar a estrutura ao limite.
Um contrato para a construção de 20 novos comboios será o novo impulso. O acordo foi assinado entre a estatal Transpetro e o consórcio Estaleiro Rio Tietê.
O negócio restabelece a construção naval na hidrovia paulista e cria bases para o transporte hidroviário de álcool combustível, item até agora fora dessa modalidade de transporte.
São 80 barcaças e 20 empurradores. O valor do negócio será de US$ 239,1 milhões (R$ 404 milhões). Os equipamentos serão construídos em Araçatuba (SP).
O estaleiro começa a ser montado em janeiro, e os primeiros comboios começam a ser entregues no final do ano que vem.
Hoje, o escoamento da produção de álcool ocorre, em grande parte, por rodovia. O projeto da Transpetro transfere cerca de 7 milhões de toneladas pelo rio Tietê até a rede de alcoolduto, através da qual o combustível é bombeado para Paulínia e para Santos.
Para Frederico Bussinger, diretor do DH (Departamento Hidroviário), órgão ligado à Secretaria de Transportes de São Paulo, o projeto da Transpetro altera as perspectivas da hidrovia no Estado.
A modalidade de transporte é parte essencial do plano estadual para redução das emissões de gases de efeito estufa até 2020. Das emissões de São Paulo, 55% são de responsabilidade do setor de transporte.
O crescimento que será imposto pela Transpetro, no entanto, pode levar a hidrovia ao limite rapidamente. Hoje, a Tietê-Paraná tem capacidade para movimentar 10 milhões de toneladas por sentido. Bussinger admite que o transporte de álcool nos próximos anos vai exigir um novo ciclo de investimentos.

INVESTIMENTO
O DH tem hoje um pacote de pequenas obras que totalizam R$ 300 milhões. O principal esforço neste momento é alargar os vãos das pontes que cortam o canal de navegação ao longo dos 650 quilômetros da hidrovia no trecho paulista.
Hoje, a maior parte das 17 pontes que cruzam o rio em São Paulo possui vão inferior a 50 metros, o que torna a navegação dos comboios excessivamente lenta.
"Em cada ponte, o comboio precisa parar, ancorar as barcaças e manobrar uma a uma. Isso retarda em horas o transporte na hidrovia e reduz a produtividade", diz Bussinger.
O DER (Departamento de Estradas e Rodagem), responsável pelas pontes, vai contratar agora as obras para alargar as pontes das rodovias SP-333 e SP-425. Com essas, serão agora dez pontes com pilares reposicionados. Em oito, o trabalho foi feito.


Texto Anterior: FOLHA.com
Próximo Texto: Hidrovia pode ganhar mais 200 km em SP
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.