São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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Pacote anima EUA, mas traz risco, diz FMI

Avanço inesperado do consumo no Japão e nos EUA motiva projeção mais otimista para crescimento dos países

Fundo também diz que perspectiva para 2011 de crescimento da economia brasileira aumentou para 4,5%

ANDREA MURTA
WASHINGTON

O FMI (Fundo Monetário Internacional) revelou ontem que o pacote do Fed (o banco central americano), lançado no ano passado, contribuiu significativamente para a melhora da perspectiva de crescimento dos EUA.
Em novembro, o BC dos EUA anunciou que compraria US$ 600 bilhões ( 31% do PIB brasileiro e 4% do Produto Interno Bruto americano) em títulos do Tesouro para animar a economia global.
No documento divulgado ontem pelo FMI, a projeção para o crescimento da economia americana neste ano aumentou 0,7 ponto percentual, passando a 3%.
O fundo alertou, porém, sobre o risco de que o pacote gere uma crise fiscal de longo prazo no país.
O FMI projeta que a dívida pública bruta do país chegará a 110% do PIB em 2016 e que o deficit neste ano será mais que o dobro do registrado na zona do euro.
O organismo internacional também prevê que a recuperação dos EUA manterá a alta no preço das commodities até 2012. O risco de inflação nos emergentes, diz o FMI, também se acentua por causa da retomada.
Para conter o avanço dos preços, o fundo sugere aumento dos juros nas economias em desenvolvimento.
A projeção para a economia brasileira também ficou mais otimista. O FMI revisou para cima a previsão de crescimento do Brasil em 2011, chegando a 4,5%, um aumento de 0,4 ponto percentual sobre o projetado em outubro. A alta acompanha tendência global -a projeção para a economia mundial subiu de 4,2% para 4,4%.

AUMENTO ESPERADO
O novo valor da expansão da economia do Brasil já era esperado pelo mercado. Economias emergentes devem crescer 6,5% neste ano, disse o FMI ontem, um aumento de 0,1 ponto percentual ante projeção de outubro.
O relatório revisado do World Economic Outlook (Perspectivas da Economia Mundial), divulgado ontem em Johannesburgo (África do Sul), credita boa parte do aumento da atividade ao aumento inesperado do consumo nos EUA e no Japão.
O FMI ainda elogiou medidas de estímulo, particularmente no Japão, e citou crescentes sinais de recuperação do consumo doméstico nas economias avançadas.
Nos emergentes, o crescimento seguiu "robusto" no segundo semestre de 2010, "estimulado por uma demanda doméstica enraizada, políticas acomodativas e fluxo de capitais ressurgente".
O relatório também faz alertas. No caso dos EUA, afirma que os novos estímulos econômicos podem provocar a longo prazo uma crise nas finanças públicas.


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